SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um segurança terceirizado de 27 anos foi preso por suspeita de tentar vender imagens da explosão que deixou nove pessoas mortas em uma fábrica de Quatro Barras (PR).

Imagens que o homem tentou vender eram do circuito de monitoramento da empresa Enaex Brasil. O segurança era funcionário de uma empresa terceirizada e teria acesso às imagens de câmeras da fábrica.

Em depoimento, ele disse que queria R$ 5.000 pelas imagens. O material teria sido oferecido a emissoras de TV da região, segundo investigação policial. A prisão aconteceu no sábado.

Homem teve celular apreendido e foi liberado. Ele assinou um termo de compromisso e vai responder por violação de sigilo profissional.

A identidade do homem não foi divulgada pela polícia, por isso, o UOL não teve acesso à defesa dele. O espaço segue aberto para manifestação.

Enaex afirmou que não compactua com atitude e disse que atua junto à empresa terceirizada e à polícia para responsabilizar o homem pelos atos. A empresa também ressaltou que gravações do sistema de segurança foram entregues de forma exclusiva às autoridades envolvidas nas investigações do crime.

Imagens das câmeras e conteúdo dos depoimentos de testemunhas seguem sob sigilo, diz polícia. A PCPR informou que a investigação não foi prejudicada pela tentativa de venda das imagens.

EXPLOSÃO DEIXOU NOVE MORTOS

Nove pessoas morreram após explosão em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O acidente foi por volta das 5h50 da terça-feira (12), mas somente no final da tarde os corpos das vítimas foram localizados e identificados.

Além dos mortos, sete pessoas ficaram feridas. A empresa lamentou o ocorrido e identificou os nove colaboradores que morreram na explosão. A Enaex, que produz explosivos para a indústria de mineração e construção civil, emitiu nota afirmando que as investigações estão em andamento, e que vai colaborar com as autoridades. De acordo com a empresa, as vítimas são:

Camila de Almeida Pinheiro

Cleberson Arruda Correa

Eduardo Silveira de Paula

Francieli Goncalves de Oliveira

Jessica Aparecida Alves Pires

Marcio Nascimento de Andrade

Pablo Correa dos Santos

Roberto dos Santos Kuhnen

Simeão Pires Machado

O QUE SE SABE SOBRE A EXPLOSÃO

Material que provocou a explosão tem grande potencial destrutivo. O produto ficou espalhado pelo terreno da fábrica e será analisado por especialistas.

Cratera foi aberta com o impacto. O epicentro da explosão tinha cerca de 25 metros quadrados e ficou destruído.

Prefeitura de Quatro Barras afirmou que empresa possui licenças. Em nota publicada nas redes sociais, a administração da cidade se solidarizou com o ocorrido e disse que a Enaex atua há 50 anos no município. “A prefeitura ressalta que a empresa possui todas as licenças necessárias para seu funcionamento, incluindo alvará de licença e localização devidamente atualizado e em conformidade com as exigências legais.”

Empresa produzia explosivos. A fábrica Enaex Brasil produzia busters e outros materiais explosivos, que estão espalhados na região, e tem equipes 24 horas por dia. O UOL tentou contato com a empresa, mas não teve retorno.

Barulho foi ouvido em cidades próximas. O impacto pode ser sentido em ao redor da empresa e em municípios próximos, como Colombo, Piraquara e Campina Grande do Sul.

“Existe o epicentro da explosão, nesse local a gente visualiza uma cratera, as edificações vizinhas tiveram sua estrutura parcialmente colapsadas. O telhado ruiu, a parede se danificou, fragmentos foram arremessados”, disse o coronel Hiller, do Corpo de Bombeiros do Paraná.