SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma nova proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas foi entregue nesta segunda-feira (18) por negociadores egípcios ao grupo extremista palestino.
Proposta prevê a liberação de reféns em “duas parcelas” durante uma trégua de 60 dias. A informação foi dada por fontes da agência de notícias AFP.
A princípio, dez reféns vivos e “uma quantidade de corpos” seriam entregues a Israel. A inteligência do governo israelense estipula que 20 reféns vivos e 30 corpos de pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023 ainda estejam na Faixa de Gaza.
Os outros dez vivos e corpos seriam entregues em uma segunda fase do cessar-fogo. Depois disso, os dois lados começariam negociações para parar de uma vez os ataques, sob garantias internacionais.
Expectativa é de que resposta sobre o projeto de cessar-fogo aconteça ainda nesta segunda-feira. A autoridade palestina afirmou que recebeu a proposta de negociadores do Egito e que vai ter reuniões sobre o assunto.
ANÁLISE DE CESSAR-FOGO ACONTECE ENQUANTO ATAQUES E MORTES CONTINUAM
Bombardeios foram intensificados e ao menos 17 pessoas morreram em Gaza deste domingo (17) para esta segunda-feira. Fontes palestinas informaram ao canal Al Jazeera que entre as vítimas estão oito pessoas que foram baleadas tentando pegar ajuda humanitária.
Plano de Israel é de “evacuar” Cidade de Gaza nos próximos dois meses. A informação foi dada pelo chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, ao Canal 12. A capital, área mais populosa do enclave, tem 800 mil moradores e faz parte dos 25% de Gaza que ainda não foram dominados pelo Exército de Israel.
Israel afirma que quer o deslocamento da população para “áreas humanitárias”, mas não detalha que espaços são esses. Segundo a agência de notícias Associated Press, Israel planeja enviar palestinos para o Sudão do Sul e conversa com outros quatro países para receber o deslocamento forçado da população. Indonésia, Somaliland, Uganda e Líbia estão entre os abordados.
Um idoso morreu após ajuda humanitária jogada de avião cair sobre tenda em que ele dormia em Khan Younis. O método de ajuda humanitária, apontado por Israel como uma das formas de combater a fome no local, foi criticado por agências internacionais pelo risco aos moradores.
Cinco pessoas -entre elas, duas crianças- morreram por fome entre este domingo (17) e esta segunda-feira. Os números são do Ministério da Saúde de Gaza e aumentam a quantidade de mortos por fome para 263 desde o início da guerra.