SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os economistas ouvidos pelo Banco Central diminuíram a previsão da inflação para o seu menor patamar neste ano, ficando abaixo de 5% pela primeira vez desde a primeira semana do ano.

Os analistas esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) terminará 2025 em 4,95%, na 12ª semana consecutiva de redução da perspectiva para o aumento de preços informado no boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (18).

É apenas a segunda vez no ano que os economistas preveem que a inflação de 2025 ficará abaixo dos 5%. A outra oportunidade foi em 6 de janeiro, quando a estimativa era de 4,99%.

Depois disso, o número passou a subir e chegou a atingir 5,68% em 10 de março. A partir de junho, a perspectiva entrou em uma queda gradual, sendo reduzida por 12 semanas seguidas até atingir os 4,95% desta segunda-feira.

Apesar disso, o índice segue acima do limite da meta de 3% prevista pelo Banco Central, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A divulgação ocorre na semana seguinte ao governo ter anunciado um plano contra a tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros com a previsão de R$ 30 bilhões em créditos para empresas dos setores atingidos pela taxa.

Na última terça-feira (12), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação acelerou menos do que o previsto por economistas em julho. A alta foi de 0,26% no mês passado, após variação de 0,24% em junho.

O novo resultado ficou abaixo do piso das projeções do mercado financeiro. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%.

A taxa de 0,26% foi a menor para julho desde 2023 (0,12%). Analistas apontam surpresas em diferentes componentes do IPCA, como alimentos e bens industriais, que registraram números inferiores ao cenário esperado.

Na esteira desses números, os economistas ouvidos pelo BC voltaram a reduzir a previsão do IPCA para 2026 de 4,41% para 4,40% na quinta semana consecutiva de queda. Já as expectativas para 2027 e 2028 seguem em 4% e 3,8%, respectivamente.

Nos outros principais dados econômicos, o único que teve uma mudança foi o PIB (Produto Interno Bruto) para 2027, que caiu de 1,93% para 1,87%. O crescimento deste ano foi mantido em 2,21%, enquanto em 2026 a expectativa é que termine em 1,87%.

Os economistas mantiveram as previsões da Selic para o final deste ano em 15%, e do dólar em R$ 5,60.