SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ex-funcionários de Hytalo Santos afirmaram ao programa Fantástico, da Globo, que viam malas de dinheiros e joias na casa do influenciador, que foi preso, na sexta-feira, em Carapicuíba (SP).
Hytalo é investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde dezembro de 2024 sob suspeita de exploração de crianças e adolescentes e trabalho infantil.
O caso ganhou maior dimensão após um longo vídeo publicado, no começo de agosto, pelo youtuber conhecido como Felca sobre adultização de crianças, com denúncias de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Segundo o programa, dois ex-funcionários, que falaram sob condição de anonimato, afirmara já ter presenciado malas e sacolas com dinheiro na casa do influenciador preso.
Hytalo, ainda de acordo com relatos, controlaria a vida das crianças. Um deles disse que se as coisas não fossem da forma como o influenciador queria, os jovens eram dispensados.
A reportagem também apontou casos de ausência e atrasos nas escolas onde os jovens estudavam.
Na casa do influenciador, afirmou o programa, viviam ele, seu marido, Israel Nata Vicente, que também foi preso, e quatro menores de idade –ao todo, eram 12 pessoas. Os jovens não teriam acesso a celulares.
Um dos ex-funcionários afirmou que a casa vivia cheia de lixo.
Os menores de idade tinham, ainda, segundo os depoimentos, acesso a bebidas alcoólicas. A reportagem cita uma adolescente que teria ficado grávida enquanto morava na casa de Hytalo.
Flávio Gondim, procurador do trabalho da Paraíba, afirmou que havia, basicamente, um reality show dentro da casa, com monetização dos vídeos feitos e diferentes formas de receita.
“Inquestionável a existência de uma relação de trabalho”, disse Gondim, referindo-se à relação dos adolescentes com o influenciador Hytalo.
As famílias dos jovens que apareciam nos vídeos receberiam uma espécie de mesada para permitir que seus filhos vivessem com o influenciador.
Segundo a Justiça, a prisão preventiva de Hytalo na sexta-feira foi uma medida imprescindível, já que os investigados estariam destruindo provas e tentando obstruir as investigações, inclusive com intimidação de testemunhas.