SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como “Diaba Loira”, narrava a vida no crime para milhares de seguidores nas redes sociais e se alinhou a facções após sofrer uma tentativa de feminicídio. Ela foi morta a tiros na madrugada de ontem no Morro do Fubá, zona norte do Rio de Janeiro.

Criminosa tinha mais de 150 mil seguidores no Instagram e no TikTok. Ela publicava uma série de fotos fazendo referência à facção TCP (Terceiro Comando Puro), da qual fazia parte após deixar o CV (Comando Vermelho).

Diaba Loira rebateu seguidores do CV em publicação no último dia 3. “Para vocês que estão vindo mandar gracinha, falando do CV. Essa guerra de vocês é perdida. […] Se tiver cansado de ser obrigado por um ‘bagulho’ que vocês não querem, obrigado de tipo assim, ser oprimido no bagulho, pula para gente na pureza. Se vir na pureza, se vir na mancada é daquele jeito. […] A gente pode ter perdido alguém, mas e vocês? Perderam bem mais”.

Perfis agora fazem publicações lamentando morte de Eweline. “Sempre será lembrada, minha irmã querida. Você é uma pessoa incrível, independente do seu caminho. Você sempre vai estar no meu coração”, diz um dos posts, acompanhado de uma série de fotos da criminosa.

Natural de Santa Catarina, ela aderiu à criminalidade após sofrer uma tentativa de feminicídio de um ex-companheiro em 2022. Na ocasião, ela ficou ferida no pulmão e passou por uma cirurgia. Após se recuperar, deixou seu estado de nascimento e se mudou para o Rio, onde primeiro se associou ao CV.

Diaba Loira ganhou notoriedade após ser flagrada traficando sete quilos de cocaína em 2023. A droga seria transportada para Tubarão (SC), mas ela se envolveu em um acidente de trânsito. A traficante foi detida, depois liberada e fugiu para o reduto do CV.

Eweline pertencia à Tropa do Coelhão. O grupo é liderado pelo traficante William Yvens Silva, associado ao TCP no Complexo da Serrinha, em Madureira. O chefe do tráfico nessa região é Wallace Brito Trindade, o Lacosta, que figura na lista dos bandidos mais perigosos do Rio.

Diaba Loira morreu após um tiroteio entre traficantes do CV e do TCP. Ela foi encontrada em Cascadura, distante da área do confronto. Imagens do corpo circulam nas redes sociais.

Ela estava foragida desde 2023, quando trocou tiros com a Polícia Militar durante uma operação na Gardênia Azul. Ela chegou a postar na internet comentando sobre o incidente e confirmando sua participação.