SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo vai premiar professores e gestores de escolas pela frequência dos alunos e desempenho em indicadores de educação, anunciou a gestão Ricardo Nunes (MDB) nesta sexta-feira (15).

O bônus será repassado por meio do PDE (Prêmio de Desempenho Educacional), que até este ano premiava os servidores pela assiduidade.

A frequência dos profissionais ainda será considerada na premiação, mas os repasses podem aumentar conforme metas de desempenho individuais e coletivas forem alcançadas.

O cálculo do PDE considerará agora a assiduidade do servidor, frequência do estudante e evolução das aprendizagens. O pagamento será dividido em duas etapas. Na primeira, até 29 de agosto, ele pode chegar a R$ 3.000. Servidores sem nenhuma ausência em cada semestre receberão R$ 900 adicionais.

A presença será medida entre 3 de agosto e 31 de dezembro de 2024. No ano passado, mais de 40,3 mil profissionais alcançaram essa meta, crescimento de 25,5% em relação a 2023.

Na segunda etapa de pagamento, até abril de 2026, o bônus também pode chegar a R$ 3.000, mais acréscimo de R$ 1.800 em caso de nenhuma falta caso haja evolução nos índices de aprendizagem da unidade de ensino.

Cada membro do trio gestor da escola (diretor, assistente de diretor e coordenador pedagógico) ainda pode receber R$ 4.000 adicionais por melhora no ensino e por atingir a meta de alfabetização, de 44,3%.

A prefeitura também vai distribuir dinheiro para profissionais que trabalham na pré-escola. Nesta etapa, os valores da bonificação serão os mesmos, mas o foco será na melhora da frequência e taxa de ocupação.

Dos 96 distritos que compõem a cidade de São Paulo, 53 não conseguem alcançar a média brasileira no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para os anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano). Ou seja, mais da metade das regiões da cidade mais rica do país tem escolas municipais que não atinge o desempenho médio do restante da rede pública do Brasil.

A educação na cidade também é marcada por forte desigualdade, com uma diferença de até 50% no indicador entre os distritos. Na Vila Mariana, na zona sul, as escolas têm o maior desempenho do município, com média de 7,3 no Ideb. Já o Pari, na região central, tem a menor média, com nota 4,8.

Os dados são do levantamento do Mapa da Desigualdade de São Paulo, feito pela Rede Nossa São Paulo, com informações da própria prefeitura e do Ministério da Educação.

O Ideb é o principal termômetro da educação brasileira. Sob a gestão do prefeito Nunes, São Paulo foi uma das poucas capitais do país a não conseguir recuperar o desempenho educacional registrado antes da pandemia.

O indicador da rede municipal caiu de 5,7, em 2021, para 5,6 no ano passado. Em 2019, antes da pandemia, a média era 6. Com esse resultado, a capital paulista ficou atrás da média das escolas públicas do país, que foi de 5,7.

Na época da divulgação do indicador federal, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo disse que “tem se empenhado em reforçar o processo de aprendizagem em virtude dos efeitos causados pela pandemia” e afirmou ter organizado ações de recuperação contínua para todos os alunos.

Também disse ter ampliado o atendimento em tempo integral, com o objetivo de melhorar a aprendizagem. Nesta sexta, a prefeitura ampliou de sete para nove horas diárias a jornada em suas escolas de tempo integral, totalizando 50 horas/aula semanais.

O aumento da carga veio com a inserção de mais disciplinas. Agora, a matriz curricular traz matérias como jogos e estratégias de raciocínio lógico, escrita, investigações e inovações, além de reforço em literatura e educação digital.

Segundo a Secretaria de Educação, o objetivo é oferecer uma formação mais completa, desenvolvendo competências cognitivas, criativas e socioemocionais. Atualmente, 414,1 mil alunos entre os mais de 1 milhão da rede municipal já participam do ensino integral em 444 unidades de ensino.