ASSUNÇÃO, PB (UOL/FOLHAPRESS) – Jasmine Schofield leva, na disputa dos Jogos Pan-Americanos Júnior, a responsabilidade de representar todo um país. A nadadora foi a única atleta a competir até agora no torneio pela Dominica, que tem a menor lista de inscritos no Pan Jr. em Assunção.

“Eu estou muito agradecida por ter a oportunidade de nadar aqui. Só porque meu país não foi representado por muito tempo, especialmente no feminino. Eu comecei a defender o meu país em competições em 2023, e isso foi um grande passo para mim”, afirma.

Jasmine esteve nas Olimpíadas de Paris, no ano passado, e quebrou um tabu: fazia mais de duas décadas que a Dominica não tinha uma nadadora nos Jogos. A última havia sido em Sydney-2000, Francillia Agar, mãe dela.

“A última pessoa a nadar para o meu país nas Olimpíadas foi a minha mãe, em 2000. Meu país não tem tantas instalações de treinamento, e eu cheguei com tempos bem lentos, mas recebi muitas oportunidades através de projetos esportivos e isso me permitiu viajar e ganhar acesso a alguns equipamentos e treinamentos, e pude melhorar meus tempos”, diz a nadadora.

Atualmente, Jasmine Schofield mora nos Estados Unidos. Em setembro do ano passado, embarcou para a Tailândia, com uma bolsa de estudos da World Aquatics, a Federação Internacional de Natação.

Ela ficou em quinto lugar na bateria classificatória nos 100m livre feminino, e não conseguiu uma vaga na final. Nos 50m livre ficou na mesma colocação, um 38º lugar, longe da disputa d medalha. “Não performei tão bem quanto queria, mas tenho grandes esperanças e sei que posso aprender muito nesse evento, com todas as pessoas. Estou animada”, apontou.

Em Paris, Thea LaFond-Gadson brilhou ao conquistar a medalha de ouro no salto triplo feminino e deu à Dominica o primeiro pódio olímpico na história. O feito veio no Stade de France, palco das competições de atletismo.

“Foi, definitivamente, um sonho estar nas Olimpíadas e, especialmente, representando o meu país. Quando cheguei lá, foi tipo: ‘Uau, não acredito que eu fiz isso’. No mesmo ano, nosso país ganhou a primeira medalha de ouro e isso me inspirou. Sinceramente, eu não pensei em nadar por muito tempo, meu foco estava mais em ir à faculdade e tudo mais, mas falar com todo mundo, ver as pessoas e o quão determinadas elas são, me trouxe uma motivação diferente. Então, eu espero continuar trazendo essa motivação para Los Angeles-2028”, afirma.

A participação em Paris também ficou marcada na pele. No braço direito, Jasmine leva os arcos olímpicos. “Fiz dois meses depois das Olimpíadas. Foi bem louco (risos)”.

A nadadora se mostrou surpresa ao ser chamada para entrevista após a prova. Inclusive, ela não esconde que ainda se sente apreensiva em torneios de grande porte.

“Eu ainda fico nervosa quando se trata de uma competição assim. Quero fazer o país orgulhoso. E sei que, como viemos de um local tão pequeno, eles se orgulham, não importa o que aconteça, mas quero fazer uma apresentação da qual também me orgulhe. Já fiz isso no passado. Eu esperava um pouco mais, mas você nunca dá o devido valor às suas vitórias até aprender o quanto as derrotas doem. Então, é só crescer a partir daqui”.