RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A queda da taxa de desemprego do Brasil foi acompanhada por reduções em 18 estados no segundo trimestre de 2025, na comparação com os três meses iniciais do ano. É o que apontam dados divulgados nesta sexta (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme o órgão, a taxa também teve variações para baixo nas outras nove unidades da federação, mas de modo não significativo em termos estatísticos. Por isso, o IBGE considera que o indicador ficou estável nesses locais.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A série histórica começou em 2012.

Em Santa Catarina, a taxa de desocupação caiu a 2,2% no segundo trimestre. Com o resultado, manteve o menor patamar do país, seguido por Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).

Pernambuco, por outro lado, mostra a maior taxa dos estados: 10,4%. É a única unidade da federação com nível acima de 10%. Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%) aparecem na sequência (veja ranking a seguir).

No Brasil, a taxa de desemprego recuou a 5,8% no segundo trimestre, o menor patamar da série. Foi a primeira vez que o indicador ficou abaixo de 6% no país. O dado nacional já havia sido publicado pelo IBGE em 31 de julho.

O instituto informou nesta sexta que 12 estados também registraram, no segundo trimestre, as suas menores taxas na série histórica.

Foram os casos de Amapá (6,9%), Rio Grande do Norte (7,5%), Paraíba (7%), Alagoas (7,5%), Sergipe (8,1%) e Bahia (9,1%), no Norte e no Nordeste; de Minas Gerais (4%), Espírito Santo (3,1%), São Paulo (5,1%), Santa Catarina (2,2%) e Rio Grande do Sul (4,3%), no Sudeste e no Sul; e de Mato Grosso do Sul (2,9%), no Centro-Oeste.

DESEMPREGO NO 2º.TRI.25

UF – Taxa, em % – Situação

Pernambuco – 10,4 – Estabilidade

Bahia – 9,1 – Baixa

Distrito Federal – 8,7 – Estabilidade

Piauí – 8,5 – Baixa

Sergipe – 8,1 – Estabilidade

Rio de Janeiro – 8,1 – Baixa

Amazonas – 7,7 – Baixa

Alagoas – 7,5 – Baixa

Rio Grande do Norte – 7,5 – Baixa

Acre – 7,3 – Estabilidade

Paraíba – 7 – Baixa

Amapá – 6,9 – Baixa

Pará – 6,9 – Baixa

Ceará – 6,6 – Baixa

Maranhão – 6,6 – Baixa

Roraima – 5,9 – Estabilidade

Brasil – 5,8 – Baixa

Tocantins – 5,3 – Estabilidade

São Paulo – 5,1 – Baixa

Goiás – 4,4 – Baixa

Rio Grande do Sul – 4,3 – Baixa

Minas Gerais – 4 – Baixa

Paraná – 3,8 – Estabilidade

Espírito Santo – 3,1 – Baixa

Mato Grosso do Sul – 2,9 – Baixa

Mato Grosso – 2,8 – Estabilidade

Rondônia – 2,3 – Estabilidade

Santa Catarina – 2,2 – Baixa

_Fonte: IBGE_

A série da pesquisa passou por atualização para incorporar as projeções populacionais mais recentes do IBGE, publicadas pelo órgão em 2024. As estimativas levam em consideração o Censo Demográfico 2022 e outras fontes.

INFORMALIDADE SUPERA 50% EM SETE ESTADOS

O IBGE também divulgou nesta sexta a taxa de informalidade dos estados. Trata-se do percentual de trabalhadores que recorrem a atividades informais (sem carteira assinada ou CNPJ), em relação ao total de ocupados.

No segundo trimestre de 2025, a taxa de informalidade superou 50% em sete estados. Ou seja, os informais representaram mais da metade dos ocupados.

Foram os casos de Maranhão (56,2%), Pará (55,9%), Bahia (52,3%), Amazonas (52,1%), Piauí (51,8%), Ceará (51%) e Paraíba (50,4%).

Santa Catarina (24,7%), Distrito Federal (28,4%) e São Paulo (29,2%), por outro lado, mostraram as menores taxas. No Brasil, o patamar de informalidade foi de 37,8% no segundo trimestre.

TRABALHO POR CONTA PRÓPRIA

Outro indicador é o percentual da população ocupada que trabalhava por conta própria (com ou sem CNPJ). No Brasil, a proporção alcançou 25,2%.

Os maiores patamares foram verificados em Rondônia (35,3%), Maranhão (31,8%) e Amazonas (30,4%). São os únicos locais com taxas acima de 30%.

Distrito Federal (18,6%), Tocantins (20,4%) e Mato Grosso do Sul (21,4%) mostraram os menores níveis.

MERCADO DE TRABALHO AQUECIDO

O desemprego costuma subir no início do ano com o fechamento de vagas temporárias e tende a cair nos meses seguintes, o que ocorreu no Brasil no período até junho.

Economistas afirmam que o mercado de trabalho ainda mostra sinais de força no país, apesar dos juros elevados, que tendem a esfriar a atividade econômica.

O contexto levou a um debate se o Brasil se encontra ou não em pleno emprego. Essa discussão abre margem para diferentes interpretações, e o IBGE não usa o conceito pela ausência de uma métrica unificada para defini-lo.

DIVULGAÇÃO ADIADA

O instituto anunciou na terça (12) que adiou a divulgação da Pnad com dados do país no trimestre móvel até julho. Segundo o órgão, a medida foi necessária em razão da “necessidade de ajustes e correções de inconsistências tecnológicas”.

A nova publicação estava prevista inicialmente para 29 de agosto. Com o adiamento, passou para 16 de setembro.

O IBGE sinalizou que as “inconsistências tecnológicas” foram identificadas no processo de transmissão da seleção de domicílios dos Sistemas de Gerenciamento de Coleta para os equipamentos usados pelos pesquisadores em campo, os DMCs (Dispositivos Móveis de Coleta).

De acordo com o instituto, a situação não compromete a qualidade dos dados já apresentados.