MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Os filhotes de jabuti-piranga apreendidos em Teresópolis (RJ) no fim de julho serão encaminhados por avião para um centro de triagem do Ibama em São Luís quando estiverem recuperados. Dos 666 espécimes encontrados, 71 morreram.
Segundo a polícia, os animais seriam levados para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para serem vendidos. Eles foram encontrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em malas no bagageiro de um ônibus.
O homem responsável pelas malas embarcou em Feira de Santana (BA). Em depoimento, ele disse que era a primeira vez que fazia esse tipo de transporte e receberia uma quantia em dinheiro por isso.
“Essa mortandade horrível acaba sendo comum pelo grau de maus tratos e estresse que eles, que são filhotinhos, passam. Alguns têm cerca de quatro centímetros. O crime do tráfico dos nossos animais silvestres, que até hoje é tratado pela nossa legislação como de baixo potencial ofensivo, é fruto do egoísmo das pessoas que insistem aprisionar animais que nasceram para ser livres”, afirmou Roched Seba, presidente do Instituto Vida Livre, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
É no instituto que os filhotes estão recebendo cuidados até que se recuperem. Alguns deles estão passando por tratamento clínico ou cuidados especiais, sendo que alguns deles ainda estão mais debilitados.
Dos 666 animais, 616 chegaram à entidade, em estado crítico. Sobreviveram 595.
“Esses são animais nativos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não são animais nativos do Rio de Janeiro”, explicou Seba.
Segundo a PRF, o homem que fazia o transporte foi preso pelo mesmo crime em 2015. Cada exemplar da espécie é vendido no mercado ilegal por aproximadamente R$ 700.
Segundo o Instituto Butantan, os jabutis-piranga são animais dóceis, que vivem muito e podem chegar a 100 anos. Essa é uma das explicações para a espécie ser diretamente afetada pelo comércio ilegal.