SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A PUC- SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) investiga o desenho de uma suástica deixado numa lousa do campus Monte Alegre, na zona oeste da capital paulista.

O símbolo nazista foi encontrado na tarde desta quinta-feira (14), ao lado de uma mensagem contra o presidente Lula (PT) e o acrônimo “SS”, utilizado para identificar a Schutzstaffel -organização paramilitar nazista ligada a Adolf Hitler e uma das principais responsáveis pelo Holocausto.

A universidade disse que instaurou um procedimento para apurar o caso.

“Considerando a gravidade do fato, que fere frontalmente os valores institucionais da PUC-SP, pautados pelo respeito à diversidade, pela promoção dos direitos humanos e pela construção de uma cultura de paz […] determino a imediata apuração da autoria, circunstâncias e eventual responsabilidade relacionadas ao referido ato”, escreveu Carla Reis Longhi, a vice-reitora da instituição.

A sala de aula na qual o desenho foi encontrado costuma receber disciplinas de psicologia. Por isso, o centro acadêmico do curso se manifestou. Em nota, os estudantes disseram que não serão coniventes com a relativização de atos nazistas.

Não é a primeira vez neste ano que mensagens de ódio são encontradas na universidade. Em março, um banheiro foi pichado com ameaças contra árabes. A frase “a PUC não é para árabe” foi escrita próximo a outras em que se lê “a PUC é nossa” e “a reitoria é nossa”, acompanhadas de estrelas de David.

A direção da universidade apagou as pichações a iniciou uma investigação.

No fim do ano passado, uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que o mal-estar e os traumas provocados pelo ataque terrorista do Hamas e pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, tomaram parte da comunidade acadêmica da instituição.

A guerra aumentou a tensão do tema no campus. De um lado, certas manifestações de apoio ao povo palestino e críticas aos bombardeios de Israel foram tomadas como antissemitismo, isto é, como discursos de ódio aos judeus.

De outro, estudantes que se declararam sionistas foram apontados como apoiadores dos ataques a Gaza.