Da redação

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou, nesta quinta-feira (14), um comunicado afirmando que mulheres que tentarem entrar no país com a intenção de ter filhos em território americano terão o visto recusado. O anúncio foi feito por meio de um vídeo publicado no X (antigo Twitter) e integra um conjunto de medidas restritivas adotadas pelo governo do presidente Donald Trump em relação ao Brasil.

De acordo com a publicação, “viajar para os EUA com o objetivo principal de dar à luz para que o bebê obtenha cidadania americana não é permitido” e, caso haja indícios dessa intenção, o pedido será negado por oficiais consulares.

A prática, conhecida como “turismo de parto”, movimenta cifras altas entre brasileiras que buscam a cidadania americana para seus filhos. Estima-se que os custos ultrapassem R$ 200 mil, incluindo parto — que pode chegar a R$ 100 mil no caso de cesárea —, hospedagem, alimentação e transporte durante a estadia de aproximadamente dois meses.

Mesmo entre quem pode arcar com a despesa, a experiência não é livre de contratempos. Há relatos de contas hospitalares que mais que triplicaram por necessidade de cuidados adicionais ao recém-nascido, diferenças nas técnicas médicas, uso de grampos em cesáreas e barreiras linguísticas, mesmo para fluentes em inglês.

O comunicado da Embaixada vem na esteira de outros atritos diplomáticos. Além do aumento nas tarifas de exportações, os EUA suspenderam vistos de autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes (STF), outros integrantes da Corte, o procurador-geral da República Paulo Gonet, e nomes ligados ao programa Mais Médicos.

A medida também reforça uma bandeira defendida por Trump desde a campanha presidencial: acabar com a concessão automática de cidadania a filhos de estrangeiros. Para críticos da imigração, a prática sobrecarrega o sistema de saúde e incentiva a atuação de profissionais sem licença nos EUA.