SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A venda de Lucas Ferreira ao Shakhtar (Ucrânia) ainda não resolve o ano do São Paulo sob o ponto de vista financeiro.
O atacante ‘made in Cotia’ foi negociado por 10 milhões de euros (R$ 63 milhões). Ele já viajou para exames médicos e assinatura de contrato.
Do valor, o São Paulo tem direito a 80% (R$ 50 milhões). O clube ainda deve faturar mais 2 milhões de euros (R$ 12,5 milhões) caso o Shakhtar se classifique para a Liga dos Campeões de 2026 o que é considerada uma meta fácil.
A venda praticamente cobre o buraco financeiro do ano, que é de R$ 67 milhões até aqui. Como o UOL publicou, o clube estourou o orçamento em R$ 43 milhões com salários e custos do Futebol, além de ficar R$ 24 milhões abaixo do esperado em premiações de Paulistão e Copa do Brasil.
Se mantida a média, porém, o São Paulo deve ultrapassar o orçamento em cerca de R$ 30 milhões. Isso porque a folha salarial desta sexta-feira (15) não terá grandes mudanças até dezembro.
A maior variável que pode ajudar a diminuir o buraco é a campanha na Libertadores. O planejamento conta com o clube nas quartas de final. Caso o Tricolor avance para além dessa fase, a premiação entra como uma grana a mais. A semifinal paga R$ 12,5 milhões, enquanto a final garante R$ 38 milhões ao vice, e R$ 130 milhões ao vencedor.
“Uma coisa é o orçamento. Ele é feito partindo de algumas premissas que não são cumpridas de casa. Por exemplo: ao final do ano terminava o contrato do Rafinha e do Luiz Gustavo. Do ponto de visto do orçamento, são dois salários saindo. Rafinha foi embora e renovamos com o Luiz. Do ponto de visto do novo orçamento, você aumentou um salário, não diminuiu um. Temos que dar superávit no ano. Para compensar essas restrições orçamentárias, temos que vender mais atletas. Não chegamos nas quartas da Copa do Brasil, então temos que buscar compensações. Temos que chegar em fases mais avançadas da Libertadores, ou vender mais atletas, ou ter mais bilheteria. É tudo um pacote. Temos como convicção que vamos terminar o ano com superávit. De que forma? Da forma que for possível. Basta ver que tirei 18 atletas do elenco e trouxe cinco. Como podemos estar gastando muito? Pelo contrário. Estamos gastando pouco”, afirma Carlos Belmonte, diretor de futebol.
Outra saída, e mais provável, é fechar mais vendas na janela do final do ano. Atualmente, o São Paulo já ultrapassou a meta de vendas estipuladas pelo orçamento: quase R$ 200 milhões no total, sendo que a previsão era de R$ 155 milhões. O valor a mais ajuda a pagar os gastos do futebol que excederam o orçamento.