SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, iniciou nesta semana uma reforma no pronto-socorro da unidade. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, é a maior mudança desde a inauguração, em 1954.

“Vamos apostar cada vez mais no conforto, na segurança dos pacientes, na melhora da qualidade e do acolhimento e no aumento da oferta. Para isso, tivemos que reestruturar todo o setor de emergência e colocar, já inicialmente, mais 42 leitos de suporte”, afirma Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde.

A reportagem visitou o local na segunda-feira (11) e acompanhou o remanejamento do PS para outro espaço do hospital com o objetivo de não prejudicar o atendimento à população.

Segundo o diretor Fausto Feres, há cerca de dois meses foi elaborado um plano que envolve as secretarias de Saúde do estado e do município para dar suporte ao paciente. Durante as obras, o atendimento no pronto-socorro ficará exclusivo a casos urgentes. O local também recebe os casos por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).

O instituto disponibiliza um serviço de telemedicina exclusivo para os médicos das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da região do hospital. Após a discussão clínica dos casos, quem necessita é transferido para o Dante Pazzanese.

Os pacientes que não possuem uma demanda de urgência cardiológica devem procurar as UPAs 24 horas mais perto de casa ou o Conjunto Hospitalar Mandaqui (zona norte), o Conjunto Hospitalar Heliópolis ou Hospital Ipiranga (zona sul).

“Atendemos mensalmente cerca de 180 pessoas graves. Esses pacientes não vamos transferir. Serão acolhidos aqui. Para onde ele vai? Temos 84 leitos de retaguarda —sendo 42 recém-inaugurados. Os demais serão atendidos nas UPAs, que terão um cardiologista do Dante através da telemedicina”, explica Fausto Feres.

Do dia 8 a 11 de agosto, 173 pessoas foram acolhidas no pronto-socorro, ou seja, passaram pela triagem no intuito de verificar se era situação para referenciar à UPA. Destas, 24 abriram ficha e continuaram o atendimento, quatro ficaram internadas e 12 foram transferidos ao instituto via regulação.

“O médico da UPA atendeu o nosso paciente que procurou o Dante. Tem um cardiologista aqui para dar ao médico da UPA a solução para o caso, ou fazer uma contrarreferência [devolver o paciente à unidade de origem após atendimento especializado]. Continuaremos atendendo os casos graves, encaminhamos os outros e damos assistência caso o médico da UPA julgue necessário “, diz o diretor do instituto.

Com duração entre nove meses e um ano, e estimada em R$ 10 milhões, a obra tem como objetivo modernizar a estrutura física do local.

“As instalações elétricas e hidráulicas serão muito melhores e mais modernas. As acomodações serão mais dignas. A divisão de boxes permitirá privacidade aos pacientes. Agora, nós temos mais leitos de retaguarda, um pronto-socorro que será moderno inclusive para os médicos, com sala de conforto e de discussão”, comenta Fausto.

De acordo com o instituto, no primeiro semestre de 2025, 21,68% (4.414) do total de atendimentos clínicos não foram cardiológicos. Houve casos de traumas, desidratação, feridas e abcessos, queimaduras, obstrução nasal, entre outros.