SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) retirou do ar reportagem que tratava sobre a suspensão do contrato com o Agibank publicada na terça-feira (12), na qual informava haver investigação contra a instituição após denúncias de segurados.

O instituto afirma que não houve nenhuma mudança quanto à investigação, mas confirma que o texto não está mais no site a pedido do banco. O Agibank disse que não vai comentar.

Aposentados clientes seguem recebendo seu benefício na instituição e aqueles que quiserem migrar de banco podem pedir a transferência.

Segundo denúncias destacadas pelo INSS, o aplicativo do Agibank redirecionava para o próprio app as chamadas telefônicas feitas para a Central 135 do INSS. Além disso, havia relatos de que o banco dificultava a portabilidade e fazia retenção indevida de valores.

A interceptação ocorreria por meio do chamado menu digital, implantado pela Previdência em abril de 2024.

O banco nega as irregularidades, afirmando, em nota enviada à Folha na terça, que não intercepta ligações, mas direciona queixas de clientes para o site oficial do instituto, que é o Meu INSS.

“O procedimento adotado é um serviço firmado entre INSS e DMA (empresa de tecnologia DialMyApp), que consiste no redirecionamento do usuário para o aplicativo oficial ‘Meu INSS’ por meio da tecnologia da empresa DMA”, diz nota da instituição.

As denúncias apontariam ainda que o Agibank estaria convocando aposentados e pensionistas a comparecerem a agências para tratar sobre descontos indevidos feitos por sindicatos e associações. A ida ao local seria condição para receber o dinheiro de volta.

No caso dos descontos indevidos, quem não reconhece valores na folha de pagamento pode aderir a acordo fechado pelo INSS com o STF (Supremo Tribunal Federal) para receber o dinheiro de volta. Essa adesão, porém, é realizada pelos canais oficiais, que são o aplicativo ou site Meu INSS, a Central 135 e agências dos Correios.

Na reportagem, o INSS dizia que as práticas denunciadas incorreriam em infração gravíssima, pois comprometem a relação entre segurados e a autarquia.

O instituto diz que, caso solicitem a portabilidade para outro banco e o pedido seja negado pelo Agibank, é preciso procurar a Ouvidoria do INSS. Com a suspensão, a instituição financeira não poderá receber novos aposentados em seu quadro de clientes.

O Agibank diz que em hipótese alguma uma chamada feita ao número 135 é desviada para o aplicativo do banco, o que ocorreria é o direcionamento para o ambiente oficial do INSS conforme os parâmetros técnicos definidos pelo próprio órgão, em modelo envolvendo mais de 160 empresas autorizadas.

Sobre a recusa de portabilidade afirma não haver “nenhum procedimento destinado à retenção de portabilidade de benefício”, alegando que esse processo é feito diretamente no INSS ou na instituição que irá receber o segurado.

A respeito da convocação de clientes para receber de volta os descontos indevidos de associações, o Agibank afirma que não há nenhuma relação com o banco, mas esclarece que houve uma comunicação a seus clientes, realizada via push, para disponibilizar os canais de atendimento para esclarecimentos de dúvidas.

Diz ainda que o serviço foi interrompido após serem orientados pelo INSS de que não deveria prestar este tipo de serviço.

“O Agibank segue comprometido em colaborar de forma ativa para o restabelecimento integral do acordo operacional para pagamento de novos benefícios”, afirma em nota.