Agrodefesa intensifica ações de captura e controle de morcegos hematófagos em Carmo do Rio Verde

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensificou as ações de captura e de controle de morcegos hematófagos em Carmo do Rio Verde, região Centro-Norte de Goiás, após a confirmação de casos de raiva de herbívoros em quatro propriedades rurais locais.

A partir de exames laboratoriais positivos, equipes da Unidade Regional Rio das Almas deram início imediato às ações de controle, que incluem vacinação assistida nas propriedades foco, orientação sobre vacinação para as mais de 250 propriedades do perifoco, atividades de educação sanitária, fiscalização e vigilância ativa para identificar possíveis novos casos.

Os casos em Carmo do Rio Verde foram notificados pelos produtores, que procuraram a Agrodefesa após observarem sintomas neurológicos nos animais. Médicos veterinários da agência coletaram amostras dos animais e enviaram para análise no Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Agrodefesa (LabVet) – que confirmou os casos de raiva.

“Diante de um caso positivo, a ação precisa ser imediata para conter a disseminação da doença e proteger tanto a pecuária quanto a saúde pública. A Agrodefesa mantém equipes técnicas capacitadas e prontas para agir, reforçando nossa missão de preservar o status sanitário do Estado”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

Atuação

Atualmente, cinco equipes estão na região, em um raio de 12 quilômetros dos focos, realizando vigilância epidemiológica e orientando os produtores quanto à vacinação dos rebanhos. Uma das equipes está mobilizada para identificar possíveis abrigos de morcegos hematófagos e implementar medidas de controle populacional.

A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, reforça que embora a vacinação contra a raiva dos herbívoros não seja mais obrigatória, ela continua sendo a medida mais eficaz para evitar perdas e proteger o rebanho.

“A raiva é uma doença grave e de alta letalidade. A imunização preventiva é um investimento que protege não só os animais, mas também a saúde humana, já que a doença pode ser transmitida às pessoas. E o produtor também precisa fazer a sua parte, notificando qualquer suspeita, pois não gera multa nem penalidade e é fundamental para o controle da doença no Estado. Quanto mais rápido os casos suspeitos são notificados, mais rápidas e eficientes são as nossas medidas”, relata.

Na região onde os casos foram notificados são desenvolvidas ações de educação sanitária, como palestras e reuniões com produtores e autoridades locais. Na última segunda-feira (11/08), técnicos da UR Rio das Almas ministraram uma palestra sobre a atuação da Agrodefesa e os sinais e formas de combate à raiva.

“Nosso trabalho é técnico e integrado, envolvendo diagnóstico rápido, vacinação assistida e conscientização da comunidade. A participação do produtor é essencial, pois ele é o primeiro a identificar um possível caso e acionar os órgãos competentes”, ressalta o coordenador da Unidade Regional Rio das Almas, Paulo Romão.

O encontro reuniu cerca de 70 participantes, entre produtores rurais, representantes das Secretarias Municipais de Saúde de Carmo do Rio Verde e de Uruana, fiscais e agentes de defesa agropecuária.

Raiva dos herbívoros

A raiva dos herbívoros é uma zoonose — doença que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos — causada por um vírus que acomete também bovinos, bubalinos, equinos, asininos, muares, caprinos e ovinos. Nos rebanhos, a transmissão ocorre principalmente pela mordida de morcegos hematófagos infectados (Desmodus rotundus).

Entre os principais sinais clínicos estão alterações de comportamento (agitação ou apatia), dificuldade de locomoção e incoordenação motora, paralisia, salivação excessiva e morte, geralmente em poucos dias após o início dos sintomas.

Notificação

A Agrodefesa reforça que a notificação de casos suspeitos deve ser feita no sistema e-Sisbravet (disponível no site goias.gov.br/agrodefesa), diretamente na Unidade Operacional Local da Agência ou pelo telefone 0800 646 1122.

No caso da zona urbana, a população deve comunicar à Secretaria Municipal de Saúde sempre que encontrar morcegos com comportamento atípico (voando de dia ou caídos no chão) ou animais domésticos com sintomas suspeitos. Em hipótese alguma deve-se manipular o morcego — o manejo deve ser feito apenas por profissionais de saúde ou médicos veterinários.

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Fonte: Agência Cora