SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Greenpeace fez um protesto nesta quarta-feira (13) em que simulou um derramamento de sangue em uma plataforma de petróleo ativa da Shell.
Ativistas colocaram um quadro branco com 12 metros de altura e 8 metros de largura em uma instalação da petroleira no mar do Norte, entre o Reino Unido, a Dinamarca e a Noruega. Em seguida, despejaram mil litros de um líquido vermelho sobre a tela, criando uma grande mancha abaixo da plataforma.
A intervenção foi idealizada pelo artista britânico Anish Kapoor e recebeu o nome de “Butchered”, algo como “retalhado” ou “massacrado” em português. De acordo com a ONG, a instalação simboliza as feridas que a indústria de combustíveis fósseis deixou no planeta e o dano que continua a causar.
“Ondas de calor mortais, secas e incêndios florestais estão atingindo pessoas em todo o mundo. Butchered traz a destruição de volta para onde ela começa”, diz a organização.
A Folha procurou a Shell. O texto será atualizado se houver retorno.
É a primeira vez que uma peça do tipo foi instalada em uma plataforma de petróleo em atividade. A ação faz parte da campanha “stop drilling start paying” (“pare de perfurar e comece a pagar”).
“Eu queria criar algo visual, físico, visceral para refletir a carnificina que estão infligindo ao nosso planeta: um grito visual que dá voz ao custo calamitoso da crise climática, frequentemente sobre as comunidades mais marginalizadas em todo o mundo”, disse Kapoor.
O artista afirma que o trabalho também é uma homenagem aos ativistas que escolhem interromper, discordar e desobedecer.
Em março deste ano, um júri da Dakota do Norte, nos Estados Unidos, condenou o Greenpeace a pagar US$ 660 milhões em indenizações por danos em protestos contra um oleoduto.