GOIANA, PE E CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (14) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “inimigo da saúde” e que Pix e Mais Médicos “já são patrimônios do povo brasileiro”.

“Nenhum ataque vai fazer com que a gente abra mão do Pix e do Mais Médicos”, disse ele a jornalistas em Goiana (PE), onde acompanha o presidente Lula na cerimônia de inauguração de uma fábrica de hemoderivados da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia).

“Nenhum ataque, seja aqui no Brasil, muito menos um ataque que vem de fora, com outros interesses, de quem já tem uma história de atacar a saúde. Porque o presidente Trump começou o ano perseguindo cientistas que desenvolvem vacinas, cancelando contratos, e agora faz um ataque a um programa internacionalmente reconhecido, que é o Mais Médicos”, acrescentou.

Em seu discurso, mais tarde, o ministro voltou a criticar o governo dos EUA e disse que Trump “se acha chefe do mundo”.

Segundo o governo federal, a nova planta industrial em Pernambuco vai produzir, a partir do plasma humano, medicamentos de alto custo, como Albumina, Imunoglobulina e Fatores de Coagulação VIII e IX, usados no tratamento de queimados graves, pacientes de UTIs, hemofilias, doenças raras e em grandes cirurgias. O investimento foi de R$ 1,9 bilhão.

Além de Goiana, o presidente terá outras duas agendas em Pernambuco nesta quinta-feira. À tarde, ele visita um hospital particular no Recife, onde deve fazer anúncios no âmbito do programa Agora Tem Especialistas, e também participa da entrega de títulos de regularização fundiária em Brasília Teimosa, na zona sul do Recife.

Estatal vinculada ao Ministério da Saúde, a Hemobrás foi criada em 2004 para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue. Hoje, de acordo com o governo federal, a Hemobrás recolhe plasma excedente de 72 hemocentros públicos e serviços de hemoterapia no país. O insumo, que atualmente é enviado para processamento no exterior, passa a ter maior parcela de produção no território nacional, ainda segundo o governo federal.

A fábrica inaugurada nesta quinta permite que o Brasil produza, em quatro anos, até 500 mil litros de plasma fracionado por ano e seis tipos de medicamentos.