SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “O riso vai ser a principal arma da minha personagem, o exagero é só tempero”. É nesse espírito que Tóia Ferraz interpreta sua primeira vilã nos cinemas: a perigosa e cômica Koorola em “C.I.C Central de Inteligência Cearense”. A comédia de ação é dirigida por Halder Gomes, de “Cine Holliúdi”, e chega aos cinemas no dia 21 de agosto.
O filme acompanha um agente cearense em missão para recuperar dados roubados de um projeto ultrassecreto que ameaça destruir as praias brasileiras. No caminho, ele enfrenta perseguições e reviravoltas, sempre com o humor sarcástico que marca o trabalho do diretor. A personagem da atriz é peça-chave nessa trama.
Tóia lembra que o primeiro contato com a personagem foi uma surpresa boa. Para ela, todo ator espera o momento em que recebe um papel completamente fora do habitual. Koorola, diz, não é apenas uma vilã: ela luta, dança tango, é engraçada e sensual ao mesmo tempo. “Reunir tudo isso foi o maior barato, um mergulho em algo totalmente diferente de tudo que já fiz”, afirma.
O público já pôde conferir a força da personagem nas pré-estreias, que arrancaram gargalhadas e aplausos. “Ver as pessoas reagindo ao filme, rindo foi muito especial”, conta a atriz.
As gravações, no Ceará, reuniram uma equipe local e nomes de várias partes do Brasil. Tóia destaca o clima de parceria no set, mas também os desafios físicos. Nenhum dos atores contou com dublês, o que exigiu semanas de preparação.
“Acho que a gente ficou mais tempo se preparando do que gravando. Desde o primeiro dia, percebi a responsabilidade. Quando começou a fluir, me diverti muito. É muito diferente ter que combinar a dança com a luta e a gente tem uma cena de combate entre duas mulheres que é muito emblemática no filme.”
A comédia e a ação é o fio condutor da trama. O diretor equilibrou momentos de tensão com piadas de humor regional, algo que, para Tóia, traz frescor e identidade à produção. “As piadas dos cearenses têm uma inteligência muito particular. Ele é rápido, é inesperado, e ao mesmo tempo é acessível para todo mundo. Eu aprendi muito nesse processo.”
O filme chega num momento em que a atriz também se divide entre outros projetos importantes. Na TV, ela está na produção da série “Praia dos Ossos”, inspirado no podcast que viralizou em 2020. Seu papel é inspirado na atriz Monique Lafond, mas com liberdade criativa. “A produção queria que soubéssemos nossas referências, mas sem ficarmos apegadas. Meu papel tinha mais a função de retratar como era uma mulher inserida no contexto artístico dos anos 70 do que imitar a Monique.”
Fora das telas, Tóia se prepara para estrear no teatro um espetáculo inspirado em sua experiência com perdas gestacionais. “Casei, tentei engravidar e acabei tendo três abortos. Quando compartilhei isso, percebi que serviu de alento para outras mulheres. Foi um ímpeto que me fez querer escrever mais sobre esse tema no palco.”
A peça, ainda em desenvolvimento, pretende unir emoção mas não deixando o humor de lado. “Na dor também tem risada. Passei por coisas tragicômicas e acho importante saber rir de si mesmo e das próprias dores, até para conseguir superá-las. Queremos fazer dessa peça algo leve, apesar do tema. É um exercício, mas é o nosso objetivo.”