Da Redação
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (13), que revogou o visto de entrada no país de dois brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, implementado entre 2013 e 2018. A medida atinge o ex-secretário do Ministério da Saúde Mozart Júlio Tabosa Sales e o ex-assessor Alberto Kleiman.
De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, ambos teriam atuado em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para viabilizar a participação de profissionais cubanos no programa, driblando sanções impostas a Cuba e transferindo parte da remuneração dos médicos diretamente ao governo da ilha.
O comunicado oficial acusa os envolvidos de contribuírem com um “esquema coercitivo de exportação de mão de obra”, que, segundo Washington, explorava médicos cubanos por meio de trabalho forçado. “Esse arranjo fortaleceu financeiramente um regime corrupto e privou o povo cubano de atendimento médico essencial”, afirma o texto.
A gestão Trump sustenta que a intermediação da Opas foi utilizada para evitar exigências constitucionais brasileiras e manter o fluxo de pagamentos ao regime cubano. Ainda segundo o documento, dezenas de médicos que participaram do Mais Médicos relataram ter sido explorados pelas autoridades de seu país de origem.
A decisão integra uma série de sanções aplicadas pelos EUA contra pessoas e instituições acusadas de apoiar o governo cubano em atividades que, segundo Washington, violam direitos humanos e exploram economicamente seus cidadãos.