RIO DE JANEIRO, rj (folhapress) – O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou nesta quarta-feira (13) que o teste de perfuração do primeiro poço em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas foi agendado para a semana do dia 24 de agosto.
A data havia sido antecipada na noite de terça por duas lideranças políticas do Amapá, onde está o poço projetado pela Petrobras: o presidente do Senado, David Alcolumbre (União Brasil) e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT).
Mas não havia sido confirmada nem pela estatal nem pelo órgão ambiental. Em nota enviada à Folha nesta quarta, o Ibama diz que a previsão é que o simulado dure entre três e quatro dias, podendo variar conforme as condições de execução das atividades planejadas.
O objetivo, afirma o instituto, é verificar, por meio de simulações, a efetividade do plano de emergência proposto pela Petrobras para a perfuração do poço, batizado pela estatal de Morpheus e localizado a 150 quilômetros da costa amapaense.
“Essas simulações testarão, na prática, a capacidade de resposta em caso de acidentes com derramamento de óleo, incluindo a eficiência dos equipamentos, a agilidade na resposta, o cumprimento dos tempos de atendimento à fauna previstos e a comunicação com autoridades e partes interessadas”, disse o Ibama.
A preocupação é intensificada por se tratar do primeiro poço em uma região com condições ambientais diferentes das encontradas nas bacias de Campos e Santos, onde está a maior parte das reservas brasileiras, e pela grande profundidade.
A Petrobras diz que usará no poço “a maior estrutura de resposta a emergências para perfuração exploratória já utilizada pela companhia”, com tecnologias que “buscam garantir maior precisão, qualidade, produtividade e especialmente segurança nas operações”.
O simulado é considerado pela estatal a última etapa para a obtenção da licença ambiental para o poço, que é alvo de protestos de organizações ambientalistas, que questionam a abertura de uma nova fronteira petrolífera em meio a compromissos pela redução de emissões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido a busca por novas reservas de petróleo sob o argumento de que o país já tem uma matriz energética renovável e não poderia abrir mão das riquezas de seu subsolo.