Walison Veríssimo
O prefeito Sandro Mabel (União Brasil) tenta afastar a imagem de que a criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn seja uma derrota política. Ele afirmou que não se preocupa com a investigação, apesar de a maioria dos signatários ser da sua própria base, incluindo o líder do governo na Câmara, Igor Franco (MDB). “Problema nenhum. Não tenho problema com CEI. Pode fazer quantas quiser pra mim”, disse.
Nos bastidores, Mabel deixa claro que vê motivação política e até fisiológica na movimentação dos vereadores, que no mesmo dia também aprovaram o retorno do debate sobre a revogação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), a “Taxa do Lixo”.
“Acabou aquela folga de o cara ter 800 mil reais de cargo. Isso aí acabou. Então eles têm que tentar me apertar de algum jeito. Tem uns três, quatro que ainda pensam assim. Eles vão ter que mudar o pensamento, porque eu não vou mudar o meu”, disparou.
O prefeito sustenta que não há relação direta entre as duas pautas, mas reconhece que a reabertura do debate sobre a taxa cria mais tensão com o Legislativo. Ele também cita casos em que recuou de decisões por considerar que a crítica era justa, como no episódio da renovação de um carro blindado. “Não sou o prefeito que vai ser apertado. Quando as coisas são certas, eu volto atrás. Mas não cedo para abrir confusão.”
Sobre a permanência de Igor Franco na liderança do governo, Mabel foi evasivo. “Isso é uma decisão para a hora certa”, disse. E já adiantou que, se a CEI avançar, vai liberar o acesso da Câmara à Limpa Gyn. “Agora 37 vereadores vão fiscalizar vocês”, afirmou que disse ao consórcio.
Para ele, vereadores que votam contra projetos do Executivo em áreas essenciais não prejudicam o prefeito, mas a cidade. “Eu não sou dono dela, mas me dispus a ajudar pela minha experiência. Se quiserem derrubar, derrubem. Faz diferença para a cidade, não para mim.”