Walison Veríssimo

A presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO), Sucena Hummel, subiu ao palco do PSD Mulher em Goiânia dizendo-se “literalmente vestida de PSD”. A frase, dita com sorriso e entonação calculada, foi mais do que um gesto de entusiasmo partidário.

Funcionou como senha para sinalizar que a recém-empossada presidente do núcleo feminino na capital quer mais do que apenas compor a estrutura: pretende ter voz ativa na montagem do jogo eleitoral de 2026.

No discurso, Sucena deixou claro que não quer ser “a candidata da cota” e defendeu que mulheres ocupem cargos “com respeito e respaldo”. Ao dizer que trabalhará para montar uma chapa “com muitas mulheres” no próximo pleito, mirou além do aplauso fácil e se posicionou como articuladora, mesmo num espaço comandado por Izaura Cardoso, presidente estadual e dona da caneta sobre as nominatas.

O tom, no entanto, não foi de confronto aberto. Pelo contrário: fez questão de agradecer aos homens presentes, dizer que “precisamos de vocês” e reforçar laços com Vanderlan Cardoso, seu padrinho político.

Lembrou que a relação começou no Senado, durante debates sobre reforma tributária, e que a campanha de 2024, mesmo sem vitória, lhe rendeu aprendizado e aliados.

Ao final, pediu que todos “vistam a camisa do PSD” e disse estar disposta a percorrer os municípios para multiplicar a mensagem. Quem ouviu entendeu o recado: Sucena quer deixar de ser apenas o rosto técnico que representa a contabilidade para se tornar nome de peso na próxima disputa. E não pretende esperar sentada para que isso aconteça.