SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar passou a subir nesta quarta-feira (13) após a apresentação do plano de contingência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assistir empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos.

Antes em estabilidade, a moeda norte-americana subia 0,19%, cotada a R$ 5,397, por volta das 14h06. Já a Bolsa aprofundava a queda a 0,71%, marcando 136.925 pontos.

A sessão também traz as expectativas de um corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) na reunião de setembro, fomentadas por dados econômicos mais fracos do que o esperado.

O dólar passou a subir nesta quarta-feira (13) após a apresentação do plano de contingência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assistir empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos.

Antes em estabilidade, a moeda norte-americana subia 0,19%, cotada a R$ 5,397, por volta das 14h06. Já a Bolsa aprofundava a queda a 0,71%, marcando 136.925 pontos.

A sessão também traz as expectativas de um corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) na reunião de setembro, fomentadas por dados econômicos mais fracos do que o esperado.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que essa é uma “primeira medida, pode não ser a única”. O objetivo do governo é atender aos mais atingidos nesse primeiro momento, mas o Executivo já monitora possíveis efeitos em outras atividades. Segundo o ministro, os EUA têm adotado uma postura agressiva nas exportações de soja e algodão, o que pode gerar problemas internos no Brasil.

“É uma leva de proposições que vão atenuar esse impacto inicial. Vamos ficar monitorando nossas exportações e o comportamento do mercado”, disse.

A expectativa pelo plano do Executivo tem rondado as mesas de operações desde que Trump primeiro ameaçou a imposição de sobretaxas de 50% a produtos brasileiros, no último mês de julho.

Ainda que julguem que o pacote é necessário para proteger o setor produtivo, agentes financeiros demonstram receios de que as medidas possam ter um impacto fiscal relevante ou servir como justificativa para que o governo abandone o compromisso com as metas para as contas públicas.

“O mercado está olhando isso como um ponto adicional de gasto do governo que, apesar de estar fora do limite do arcabouço, vai continuar sendo contabilizado para a meta fiscal. A preocupação é se isso vai gerar um desafio adicional para o cumprimento das metas e como o governo vai equalizar esse volume adicional de gasto, já que os R$ 30 bilhões são só o começo, segundo o Executivo, da ajuda fornecida”, diz João Ferreira, sócio da One Investimentos.

Victor Borges, especialista em investimentos da Manchester, comenta que o país já está com um nível de endividamento elevado, com a dívida pública nominal rondando a casa de 77% do PIB. “Nossa dívida vai se tornar insustentável a partir de 2027, ou seja, o juro vai ficar muito mais caro para o governo manter. E, enquanto passa por um problema fiscal grave, o governo quer gastar mais”, afirma.

O tarifaço se confirmou mesmo após os esforços de negociação do governo Lula, que tem tido dificuldade em abrir canais de diálogo com os Estados Unidos. Haddad teria uma reunião nesta quarta com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, mas o encontro foi desmarcado por parte de Washington e não há nova data.

Haddad atribuiu o cancelamento à atuação de forças de extrema-direita que mantêm interlocução com a Casa Branca e citou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo tem liderado uma campanha de lobby em Washington por mais medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem julgado seu pai no âmbito da trama golpista de 2022. Em nota conjunta com o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, Eduardo negou ser responsável pelo cancelamento da reunião.

Enquanto as tratativas entre Brasil e EUA não avançam, o governo Lula busca estabelecer outras pontes na frente comercial.

Na segunda, Lula conversou por cerca de uma hora com o líder da China, Xi Jinping. A “China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global”, disse Xi, de acordo com relatos chineses da conversa.

Já no mercado externo, a pauta principal é a possibilidade de afrouxamento monetário por parte do Fed.

Dados de emprego no início do mês e a leitura de inflação da véspera estão fomentando apostas de que a autoridade norte-americana irá cortar os juros em 0,25 ponto percentual em setembro. A probabilidade é de 99,9%, segundo a ferramenta CME Fed Watch.

Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a aposta de corte de juros pelo Fed enfraquece o dólar globalmente. “A perspectiva de taxas mais altas aqui e as apostas de cortes nos Estados Unidos reforçam o diferencial de juros brasileiros”, diz.

Com isso, o dólar perdia força ante as principais moedas globais. No índice DXY, que o compara a uma cesta de outras seis divisas fortes, a queda era de 0,30%, a 97,79 pontos.