SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um grupo de criminosos arrecadou cerca de R$ 27 milhões ligando para avós e pedindo dinheiro em nome de seus netos.
A partir de call centers na República Dominicana, criminosos ligavam para idosos. A procuradora federal Leah Foley disse nesta terça-feira (12), em coletiva de imprensa, que os golpistas pediam dinheiro para pagar uma fiança ou cobrir custos de um acidente, por exemplo. Na sequência, supostos advogados assumiam a ligação e tratavam do pagamento.
Motoristas da Uber participavam do esquema sem saber. Os suspeitos pediam um Uber para a coleta do dinheiro. Algumas vezes, os idosos eram levados até uma agência bancária para fazer a retirada. Por fim, o dinheiro era entregue a outra pessoa.
Crimes fizeram 400 vítimas, com média de idade de 84 anos. A procuradora federal Leah Foley classificou o esquema como “cruel e malicioso”.
“O objetivo deles era enganar nossos avós, pais, vizinhos e amigos, fazendo-os entregar suas economias de uma vida inteira sob falsos pretextos. E eles conseguiram roubar milhões”, disse a procuradora federal Leah Foley.
QUADRILHA SE DIVIDIA ENTRE REPÚBLICA DOMINICANA E EUA
Treze pessoas foram indiciadas. De acordo com as autoridades norte-americanas, duas pessoas estão foragidas na República Dominicana e outras duas estão foragidas nos EUA. Os suspeitos responderão por crimes como conspiração para cometer fraude postal, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.
Número de vítimas pode ter sido muito maior. Conforme os investigadores, idosos podem não ter denunciado por vergonha. Também segundo a polícia, 50 vítimas foram nos EUA.
DENÚNCIA DA UBER DEU ORIGEM À INVESTIGAÇÃO
Empresa contatou o FBI após detectar fraude. A Uber informou, em nota, ter usado “tecnologia antifraude para detectar rapidamente e denunciar proativamente atividades suspeitas às autoridades”.
Plataforma está treinando motoristas. O objetivo da empresa é qualificar os profissionais para ajudar na prevenção de incidentes do tipo.