CURITIBA, PR E BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Imagens de câmeras de segurança da fábrica da Enaex que explodiu nesta terça-feira na região metropolitana de Curitiba mostram que o acidente ocorreu na troca de turno e que os funcionários não estavam manipulando explosivos. Nove pessoas morreram.
“As imagens mostram que foi nessa troca de turno realmente. Os nove chegam para trabalhar, eles colocam o equipamento de segurança e se reúnem ali para fazer uma prece. É o momento em que a imagem é cortada e tem a explosão. Então, pelo que a gente pode analisar, eles não estavam manipulando nenhum explosivo naquele momento”, disse a delegada Gessica Andrade, responsável pelo inquérito, em entrevista à imprensa na noite desta terça.
Outras sete pessoas ficaram feridas com lesões leves e receberam atendimento médico.
Na manhã desta quarta-feira (13), a delegada afirmou que funcionários serão ouvidos para explicar “a dinâmica do trabalho que eles desenvolviam ali, a quantidade de substância que eles manipulavam por dia, e como era feito este procedimento, o que cada pessoa era encarregada de fazer naquele local”.
“Vamos requisitar à empresa um relatório técnico das possíveis causas, o que pode ter acontecido para gerar uma explosão daquela magnitude”, continuou.
O acidente destruiu completamente uma área de cerca de 25 metros quadrados da planta de acessórios de iniciação, onde eram produzidos boosters, que são dispositivos usados para iniciar explosões. A empresa fica em Quatro Barras, cidade da região metropolitana de Curitiba.
Em comunicado oficial, a Enaex Brasil disse que lamenta profundamente a perda dos nove colaboradores e manifestou solidariedade às famílias, amigos e colegas. A empresa informou que segue colaborando com as autoridades para o esclarecimento das causas do acidente.
“A empresa está colaborando em todas as ações das forças de segurança, inclusive a brigada da empresa foi fundamental no processo de resfriamento da área afetada pela explosão. Infelizmente, já temos a notícia de que não há mais sobreviventes e agora o trabalho é de identificação das vítimas”, afirmou à imprensa o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, na noite desta terça.
“Inicialmente foi feito todo o isolamento da área e o atendimento dos feridos, sempre com a ajuda da brigada da empresa. Tivemos também a ação fundamental do esquadrão Antibombas da Polícia Militar do Paraná, que criou um espaço seguro para que as buscas pudessem ser realizadas”, afirmou o secretário.