SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Marinha do Brasil deu início na última segunda-feira ao deslocamento de 2.000 militares, mais de 100 viaturas e oito helicópteros para as Operações Atlas e Formosa, no Norte e Centro-Oeste do país.
Exercícios têm o objetivo de aperfeiçoar o trabalho conjunto, fortalecer parcerias e melhorar a capacidade de enfrentar desafios junto a países aliados. Cerca de 1.600 Fuzileiros Navais e aproximadamente 60 viaturas saíram do Rio de Janeiro na segunda, após uma apresentação, no Comando da Divisão Anfíbia, na Ilha do Governador (RJ). O restante das tropas virá de outras regiões do país.
Operação Atlas ocorre primeiro e será no Norte do país. Criada pelo Ministério da Defesa, a edição de 2025 acontece em Roraima e na foz do rio Amazonas. A operação é um grande exercício das Forças Armadas do Brasil, com foco em treinamento conjunto, envolvendo Exército, Marinha e Aeronáutica. E é dividida em três fases: o planejamento, que já foi concluído, o deslocamento de tropas e equipamentos e, por fim, a fase operacional, com simulações de combate por terra, mar e ar.
Atlas tem três objetivos políticos importantes, segundo o professor Augusto Teixeira Jr., do Centro de Estudos Estratégicos do Exército Brasileiro. São eles:
Busca demonstrar força em Roraima após as tensões com a Venezuela entre 2023 e 2024, quando o aumento da instabilidade política no país vizinho e movimentações militares próximas à fronteira brasileira elevaram o nível de alerta.
Visa reforçar a presença brasileira na estratégica foz do rio Amazonas, fundamental para o controle da floresta e futura exploração de petróleo.
Aprimorar a cooperação entre as Forças Armadas, enfrentando desafios logísticos da região Norte.
Operação Formosa, que acontecerá após a Atlas, será o maior treinamento militar no Centro-Oeste desde 1988. Coordenado pela Marinha do Brasil, ela ocorre tradicionalmente em Formosa (GO). Segundo Augusto, a operação busca treinar os fuzileiros navais em seus meios como foguetes astros (apoio de fogo em solo), aviação naval (ataques aéreos) e comando e controle de tropas em campo.
Apesar de ser liderada pela Marinha, também conta com participação do Exército e da Força Aérea, reforçando a integração entre as forças. Em anos anteriores, contou com presença de militares chineses, americanos e outros observadores internacionais.