BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Presa na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou mal, foi levada para um hospital e teve sua audiência de custódia no país interrompida nesta quarta-feira (13), segundo relatou o advogado dela no Brasil, Fabio Pagnozzi.
De acordo com a defesa, a parlamentar chegou a ser atendida por uma equipe médica na Corte de Apelação de Roma, onde a audiência acontecia, e uma ambulância foi chamada.
A parlamentar tinha expectativas de que sua prisão fosse ser reconsiderada e chegou a enviar uma carta a familiares pedindo para que bolsonaristas fizessem pressão sobre o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, por alguma decisão em seu benefício.
Ela também divulgou outra carta, no último dia 6, em que dizia estar sendo “forte e corajosa” e que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”.
“Aos brasileiros de todo o mundo, a vida é um grande milagre, mas o maior presente para as nossas vidas é a liberdade para vivermos para nossa família, seja a de sangue ou aquela que elegemos”, dizia ela no texto.
No início deste mês, o tribunal determinou que a deputada federal continuasse presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de um a dois anos, segundo especialistas.
Zambelli foi detida no fim de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela foi enviada para o presídio feminino Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total.
A ordem definitiva de sua prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em junho, quando a deputada já estava foragida.
Moraes então ordenou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição, com base no tratado firmado entre Brasil e Itália. A decisão previa ainda a perda de seu mandato parlamentar, com comunicação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão e à perda do mandato, em 14 de maio, por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.