SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – As imagens das câmeras de segurança da fábrica de dinamite Enaex Brasil, na Grande Curitiba, mostram que os nove funcionários mortos na explosão desta terça-feira (12) fizeram uma oração pouco antes do acidente e descartou que eles estivessem manuseando materiais explosivos no momento do ocorrido.

Funcionários não estavam manipulando nenhum explosivo no momento da explosão. Os vídeos não foram divulgados pela polícia, mas, de acordo com a descrição da delegada, mostram a troca de turno e a chegada dos nove funcionários ao local.

Vítimas haviam acabado de chegar ao trabalho. Minutos antes de darem início ao turno, os nove homens se reuniram e fizeram uma prece, segundo afirmou a delegada Géssica Andrade em entrevista coletiva nesta terça-feira (12).

Os nove chegam para trabalhar, eles colocam o equipamento de segurança e se reúnem ali para fazer uma prece. É o momento em que a imagem é cortada e tem a explosão. Então, pelo que a gente pode analisar, eles não estavam manipulando nenhum explosivo naquele momento”, disse a delegada Géssica Andrade.

EXPLOSÃO DEIXOU NOVE MORTOS

Nove pessoas morreram após explosão aconteceu no início da manhã desta terça-feira (12), em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O acidente foi por volta das 5h50, mas somente no final da tarde os corpos das vítimas foram localizados e identificados.

Além dos mortos, sete pessoas ficaram feridas. A empresa lamentou o ocorrido e identificou os nove colaboradores que morreram na explosão. A Enaex, que produz explosivos para a indústria de mineração e construção civil, emitiu nota afirmando que as investigações estão em andamento, e que vai colaborar com as autoridades. De acordo com a empresa, as vítimas são:

Camila de Almeida Pinheiro

Cleberson Arruda Correa

Eduardo Silveira de Paula

Francieli Goncalves de Oliveira

Jessica Aparecida Alves Pires

Marcio Nascimento de Andrade

Pablo Correa dos Santos

Roberto dos Santos Kuhnen

Simeão Pires Machado

O QUE SE SABE SOBRE A EXPLOSÃO

Material que provocou a explosão tem grande potencial destrutivo. O produto ficou espalhado pelo terreno da fábrica e será analisado por especialistas.

Cratera foi aberta com o impacto. O epicentro da explosão tinha cerca de 25 metros quadrados e ficou destruído.

Prefeitura de Quatro Barras afirmou que empresa possui licenças. Em nota publicada nas redes sociais, a administração da cidade se solidarizou com o ocorrido e disse que a Enaex atua há 50 anos no município. “A prefeitura ressalta que a empresa possui todas as licenças necessárias para seu funcionamento, incluindo alvará de licença e localização devidamente atualizado e em conformidade com as exigências legais.”

Empresa produzia explosivos. A fábrica Enaex Brasil produzia busters e outros materiais explosivos, que estão espalhados na região, e tem equipes 24 horas por dia. O UOL tentou contato com a empresa, mas não teve retorno.

Barulho foi ouvido em cidades próximas. O impacto pode ser sentido em ao redor da empresa e em municípios próximos, como Colombo, Piraquara e Campina Grande do Sul.

“Existe o epicentro da explosão, nesse local a gente visualiza uma cratera, as edificações vizinhas tiveram sua estrutura parcialmente colapsadas. O telhado ruiu, a parede se danificou, fragmentos foram arremessados”, disse o coronel Hiller, Corpo de Bombeiros do Paraná.