Da redação
O interesse dos goianos por veículos de marcas chinesas está em alta. Entre janeiro e julho de 2025, as buscas por modelos dessas montadoras cresceram 34% em relação ao mesmo período de 2024, segundo levantamento do Webmotors Autoinsights. O levantamento considera carros novos e usados e coloca a Caoa Chery na liderança, com 40,61% das pesquisas. Na sequência vêm BYD (37,24%), GWM (13,97%), JAC Motors (5,76%), Zeekr (1,06%), Jaecoo (0,72%), Omoda (0,35%) e GAC (0,29%).
O avanço não é isolado: ele caminha junto com a expansão dos veículos elétricos no Brasil, setor em que as fabricantes chinesas têm papel de destaque. Goiás ocupa a oitava posição no ranking nacional de emplacamentos de veículos eletrificados leves desde 2022, com 14.896 unidades registradas — cerca de 4% do mercado brasileiro. Goiânia soma 6.806 carros desse tipo em circulação, ultrapassando capitais como Porto Alegre e Recife. No Centro-Oeste, a participação regional chega a 14,8% das vendas nacionais, puxada por Brasília, segundo maior consumidor do país, com quase 30 mil unidades.
O crescimento ocorre mesmo após o aumento dos impostos de importação para elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Desde julho, as alíquotas subiram para 25%, 28% e 30%, e devem chegar a 35% até 2026. Ainda assim, os eletrificados representaram 49,8% dos carros importados entre janeiro e maio de 2025, segundo a Abeifa. Para driblar o impacto tributário, marcas como BYD, GWM, Caoa Chery e JAC Motors apostam em fábricas no Brasil, incluindo Goiás, como forma de reduzir custos e ampliar a produção local.
Em Goiânia, um dos motores desse avanço é o aluguel de carros elétricos para motoristas de aplicativo. João Gama, diretor de operações de uma locadora que atua na capital e em Brasília, conta que 30% da frota elétrica é usada por esses profissionais. Entre 2023 e 2024, a empresa aumentou em 525% a frota, de 8 para 50 veículos, oferecendo recarga gratuita durante a locação — embora a infraestrutura de abastecimento ainda seja um desafio.
Além da economia no uso diário, os eletrificados chamam atenção pelo menor impacto ambiental, design moderno e tecnologia embarcada. Especialistas apontam que a soma desses fatores deve levar a participação desse segmento a ultrapassar 6% em Goiás já em 2026, consolidando o Estado como referência na transição energética da indústria automotiva brasileira.