RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Amapá prendeu nesta terça-feira (12) sete homens, sendo cinco policiais militares, um guarda civil municipal e um garimpeiro, por envolvimento na morte de oito garimpeiros em uma área de garimpo ilegal na divisa entre o Amapá e o Pará.
Os suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos na capital Macapá e no município de Laranjal do Jari. Eles passarão por audiência de custódia nesta quarta (13).
As vítimas, nove amapaenses, foram atacadas no início da semana, após supostamente serem confundidas com criminosos que teriam cometido um roubo na região dias antes. Apenas um integrante escapou com vida.
Segundo a investigação, os garimpeiros foram assassinados enquanto retornavam do garimpo no lado paraense da divisa, a cerca de 200 metros do rio Jari.
“A dinâmica indica que eles foram surpreendidos por pessoas que estavam esperando no porto, momento em que ocorreu o crime. Continuamos apurando detalhes específicos do caso”, disse o delegado Breno Esteves.
Um dos garimpeiros sobreviveu porque não estava presente no momento da execução. Ele permaneceu no garimpo enquanto os demais desciam.
A polícia aguarda o laudo da necropsia para verificar se houve sinais de tortura antes dos assassinatos.
Como as vítimas e suspeitos eram moradores do Amapá, o caso é investigado pelas autoridades amapaenses.
Além das prisões, os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão. O material apreendido, segundo a polícia, pode esclarecer a motivação e a identificação de outros possíveis envolvidos.
RELEMBRE O CASO
No dia 1º, um grupo de nove garimpeiros saiu do Amapá com destino a uma área na fronteira entre o Amapá e o Pará, onde negociariam terras em uma região de garimpo ilegal. Eles deixaram duas caminhonetes estacionadas em um ponto de apoio e seguiram de barco até o local da negociação.
Na segunda-feira (4), ao retornarem, usaram internet via satélite para avisar familiares que estavam a caminho de Laranjal do Jari. Minutos depois, perderam contato.
Preocupadas, as famílias procuraram a delegacia na terça (5). No dia seguinte, moradores encontraram as duas caminhonetes incendiadas em um ramal isolado na região sul do Amapá.
As buscas envolveram forças policiais dos dois estados, e os corpos foram encontrados em locais distintos, entre áreas de floresta e no rio Jari. O único sobrevivente relatou ter se escondido na mata até conseguir alcançar uma comunidade ribeirinha para pedir ajuda.
Segundo as autoridades, as vítimas eram trabalhadores sem vínculo com atividades criminosas. A maioria atuava em áreas de garimpo, e uma das vítimas trabalhava na intermediação de compra e venda de terras.