BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Filho do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso, Bernardo van Brussel Barroso desistiu de voltar aos Estados Unidos após o governo Donald Trump anunciar a suspensão dos vistos de ministros do tribunal e seus familiares.
Van Brussel é diretor do BTG Pactual em Miami, nos EUA. Ele estava de férias na Europa quando a gestão Trump anunciou o cancelamento dos vistos e, por orientação do pai, decidiu voltar ao Brasil.
O caso foi revelado pelo UOL e confirmado pela Folha de S.Paulo. A decisão de cancelar a volta aos Estados Unidos foi tomada como uma precaução, já que os ministros do Supremo ainda não foram comunicados oficialmente da suspensão de seus vistos.
O receio era que Bernardo fosse barrado na entrada. O ministro Barroso aconselhou o filho a evitar o imbróglio, e ele concordou.
Barroso e sua família têm relações próximas com os EUA. O ministro é colaborador acadêmico da Harvard Kennedy School. Fez visitas a outras universidades americanas durante sua gestão na presidência do Supremo.
Sua filha Luna van Brussel Barroso fez pós-graduação na Universidade Yale de 2022 a 2023 -ano em que retornou ao Brasil para fazer doutorado em Direito Constitucional na Universidade de São Paulo.
Bernardo fez curso na Cambridge Square Capital, em Boston, por três meses em 2018 e voltou ao país anos depois para fazer seu mestrado em Ciência de Dados no McDaniel College.
Ele trabalha como diretor associado da BTG Pactual desde agosto de 2024. Ficou um tempo em Nova York e, depois, se estabeleceu em Miami.
A ofensiva do governo Trump contra o Brasil tem sido motivada pelo avanço do processo no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados denunciados por participação na trama golpista de 2022.
O governo dos EUA anunciou em 18 de julho a revogação dos vistos de oito ministros do STF. Ficaram livres das sanções somente Luiz Fux, André Mendonça e Kássio Nunes Marques. Os dois últimos foram indicados por Bolsonaro para o STF.
A gestão de Donald Trump aplicou ainda a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. A sanção tenta isolar o ministro do Supremo do sistema financeiro dos EUA, com a proibição de fazer operações em dólar ou mesmo usar bandeiras de cartões de crédito como Mastercard e Visa.
Há um temor entre ministros do Supremo que as sanções financeiras sejam ampliadas para outros integrantes do tribunal e seus familiares.