SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O cliente do varejo tradicional, de classes média e baixa, tem tomado mais risco em seus investimentos, enquanto o alta renda foca a renda fixa, mostram dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgados nesta segunda-feira (11).

Os clientes do varejo ampliaram sua exposição à Bolsa de Valores em R$ 15,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 19,5% em relação ao total investido ao fim do ano passado. Assim, o volume foi de R$ 79,6 bilhões para R$ 95,1 bilhões. A alta vem após uma redução de 5,8% no semestre anterior.

Já o varejo alta renda, de classe alta e maior volume investido, aumentou sua exposição à Bolsa em 6,4%, indo a um total de R$ 140,7 bilhões. No segundo semestre do ano passado, esses clientes haviam tido uma redução de 6,9%.

Os clientes private -aqueles com, no mínimo, R$ 5 milhões investidos- foram mais tímidos neste ano, com um avanço de 1,4% em ações. O total foi a R$ 531,5 bilhões. No entanto, na segunda metade de 2024, esses investidores foram na contramão dos demais, aumentando o investimento em Bolsa em 12,5%.

O maior avanço, em termos percentuais, do pequeno investidor foi em LIG (Letra Imobiliária Garantida), que tem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, mas não tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário).

O varejo também dobrou o aporte em Fidcs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), que financiam empresas ao adquirir créditos a receber.

Já os milionários priorizaram LCI, LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e títulos públicos nacionais, enquanto tiraram R$ 7 bilhões que estavam investidos em LIGs.

No meio da pirâmide, a classe alta, de segmentos como Itaú Personnalité, Bradesco Prime e Santander Select, também deu preferência a letras de bancos e títulos do Tesouro, também aplicando em CDBs (Certificados de Depósito Bancário), o que puxou o crescimento da categoria no início de 2025.

Com a Selic a 15% ao ano, a renda fixa como um todo teve mais aportes que a variável, chegando a 59% do total do volume investido por pessoas físicas (R$ 4,7 trilhões). Híbridos e renda variável são 22,7% (R$ 1,8 trilhão). O restante (18,3%) está na previdência privada (R$ 1,45 trilhão).

Porém os investidores com menos dinheiro preferiram arriscar mais com o objetivo de aumentar o retorno, já que, quanto mais arriscado, geralmente, maior o ganho potencial oferecido pelo produto.