SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O cabo Johannes Kennedy Santana Lino, que foi baleado no pescoço na quinta-feira na favela de Paraisópolis quando tentava prender um suspeito de roubo, recebeu alta nesta sexta do Hospital das Clínicas, para onde foi levado pelo helicóptero Águia após a ação.
O projétil não atingiu nenhuma região vital. Ele perdeu muito sangue, mas foi prontamente atendido no hospital e não correu risco de morte.
Depois do episódio, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que o policiamento na região da favela, na zona sul de São Paulo, foi reforçado. Agentes buscam os suspeitos Kauan Alison dos Santos, 19, apontado como autor do disparo, e Gabriel Vieira dos Santos –que, segundo a PM, tentou impedir a abordagem e fugiu com a arma do cabo.
Nas redes sociais, o governador enfatizou que as buscas continuarão e que os suspeitos não ficarão impunes.
“Tenho acompanhado a evolução do quadro do cabo Santana, que foi covardemente atacado, e oro por sua recuperação. Quem atira em policial não é trabalhador e nem vítima da sociedade, é bandido. Esses não ficarão impunes.”
Nesta sexta, a PM prendeu um outro homem, que estava em posse de uma arma e de aparelhos celulares.
“ESTOU PERDENDO AS FORÇAS, SANGRANDO”
A Folha de S.Paulo teve acesso à gravação da câmera corporal do policial, que mostra a perseguição e o momento em que levou o tiro no pescoço, pedindo socorro ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar).
A perseguição começou fora da favela, na Chácara Santo Antonio, na tarde de quinta-feira (7). Ao chegar a uma viela dentro de Paraisópolis, o suspeito deixou a moto caída e saiu correndo. O policial prosseguiu e o alcançou, gritando “parou, parou!”. O homem parou e colocou as mãos na cabeça por um instante, mas logo voltou a correr no sentido contrário.
O PM deu a volta e alcançou o suspeito, que, desta vez, partiu para cima do policial, iniciando a briga. O homem chegou a falar “perdi”, quando o PM respondeu “perdeu mesmo”, imobilizando o suspeito no chão. Pelo rádio, ele pediu apoio do Copom, enquanto mantinha o homem deitado de bruços no chão.
Nesse momento, um outro homem apareceu e começou a falar que não era para bater no suspeito, e o PM respondeu que ele estava roubando. Após alguns instantes de gritaria, o suspeito tentou se desvencilhar e o PM empunhou sua arma.
O outro homem começou a puxar o suspeito, falando para o cabo soltá-lo. Quando o PM apontou a arma, o outro ficou repetindo “olha essa arma na mão”. Instantes depois, com a imagem encoberta, ouviu-se um tiro, o policial caiu e o suspeito e o outro homem correram.