MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – A mulher agredida com mais de 60 socos dentro do elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona sul de Natal (RN), divulgou nesta sexta-feira uma imagem após sete dias da cirurgia de reconstrução da face. Ela recebeu alta na segunda-feira (4).
A cirurgia ocorreu no Hospital Universitário Onofre Lopes, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), vinculado à rede Ebserh, no dia 1º.
De acordo com o cirurgião-dentista responsável pelo caso, a promotora de vendas Juliana Garcia dos Santos Soares, 35, pode ter sequelas por causa da extensão das fraturas no rosto.
“Diante de um trauma desta magnitude, não dá para afirmar que a paciente está livre de sequelas. Para isso, será monitorada nos próximos meses para definição do que será realizado”, afirmou Kerlison Paulino de Oliveira à Folha.
A cirurgia estava prevista para durar até cinco horas, mas passou de sete horas. Foram encontradas fraturas cominutivas, ou seja, fragmentos presentes nas regiões atingidas, o que dificulta as fixações ósseas com placas e parafusos. “A estrutura precisa ficar rígida o suficiente para a obtenção do melhor resultado”, disse Oliveira.
“O procedimento foi realizado com o objetivos de reestabelecer forma e função da face. Foram utilizadas placas e parafusos para reconstrução das áreas atingidas”, complementou, afirmando que as lesões foram na maçã do rosto direita, na órbita, no maxilar e na mandíbula, além de uma fratura nasal.
O ataque foi gravado por uma câmera de segurança do edifício. O vídeo mostra o momento no qual Igor Eduardo Pereira Cabral, 29, desfere um primeiro soco na mulher. Ela cai no canto do elevador, e ele começa uma sequência de golpes.
O vídeo mostra que são ao menos 35 segundos com o rapaz desferindo socos na vítima sem parar. Após o ataque, ela se levanta com o rosto todo ensanguentado, a porta do elevador se abre e ela sai cambaleando. O agressor ajeita o chinelo no pé e sai na sequência.
Em depoimento à polícia, Igor declarou que sofreu um “surto claustrofóbico”. Ele está preso desde o dia 26 e se tornou réu por tentativa de feminicídio na quinta-feira (7), após denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte ter sido acatada pela Justiça.
Juliana relatou à Folha que as discussões foram iniciadas por causa de ciúme após Igor ter visto, no celular dela, mensagens em que ela se comunicava com um amigo dele.
Ela também disse que ele já havia apresentado comportamentos agressivos anteriormente. O relacionamento durava dois anos, entre “muitas idas e vindas”.