Da redação
Mais de cem diretores e diretoras se reuniram para eleger as produções nacionais mais marcantes dos últimos 25 anos. A votação, promovida pelo jornal O Globo, resultou em uma lista com 50 filmes que ajudaram a moldar a identidade do cinema brasileiro no século XXI – indo de sucessos internacionais a obras menos conhecidas, mas igualmente impactantes.
O recorte considerou os 2.579 longas-metragens lançados no país entre janeiro de 2000 e junho de 2025, segundo dados do site Filme B. Cada votante indicou dez títulos, sem hierarquia, e a contagem final revelou o ranking.
Apesar da variedade de estilos, o levantamento também escancara desigualdades históricas na produção audiovisual brasileira: apenas 13 filmes da lista foram dirigidos por mulheres. A presença feminina entre os votantes foi de cerca de 40%, enquanto cineastas negros representaram 12% do total. No ranking final, somente 8% das obras têm direção negra.
Entre os dez primeiros colocados, apenas um título foi dirigido por um cineasta negro – Marte Um (2022), de Gabriel Martins, que conquistou público e crítica ao retratar de forma sensível a vida de uma família da periferia.
Top 10 – Eleitos pelos cineastas
- Cidade de Deus – Fernando Meirelles (2002)
- Ainda Estou Aqui – Walter Salles (2024)
- O Som ao Redor – Kleber Mendonça Filho (2012)
- Que Horas Ela Volta? – Anna Muylaert (2015)
- Edifício Master – Eduardo Coutinho (2002)
- Madame Satã – Karim Aïnouz (2002)
- Jogo de Cena – Eduardo Coutinho (2007)
- Cinema, Aspirinas e Urubus – Marcelo Gomes (2005)
- Marte Um – Gabriel Martins (2022)
- Bicho de Sete Cabeças – Laís Bodanzky (2000)
A lista completa traz um panorama da diversidade estética e narrativa do cinema nacional, mostrando que, mesmo diante de desafios estruturais, a produção brasileira segue viva, pulsante e capaz de emocionar.