SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A juíza Luciana Menezes Scorza negou pedido de medida protetiva feito pela defesa do soldado da Polícia Militar Guilherme Augusto Macedo contra o médico Julio Cesar Acosta Navarro, 60.
Em sua decisão, publicada na quinta-feira (7), Scorza disse ter indeferido a solicitação por falta de amparo legal.
Navarro é pai do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, morto com um tiro disparado por Macedo dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, em novembro passado.
Macedo e o também soldado Bruno Carvalho do Prado perseguiram o jovem após ele ter dado um tapa no retrovisor da viatura em que ambos estavam. As cenas foram registradas pelas câmeras corporais que os agentes usavam.
O pedido de medida protetiva, feito pelo advogado João Carlos Campanini, foi revelado pela Folha. No texto, ele afirmou que a ação se fazia necessária depois de Navarro ter ofendido e tentado agredir Macedo durante uma audiência de instrução do caso, que aconteceu no último dia 10 no Fórum Criminal da Barra Funda.
De acordo com o documento, o médico precisou ser contido pelos policiais que realizavam a escolta.
Os PMs, que são réus por homicídio doloso, estão em liberdade.
Navarro disse à reportagem no dia 28 de julho ter ficado surpreso ao ser comunicado do pedido. “Eu nem sei o que é liminar, sou médico, não sou advogado. Aquele dia era um dia muito esperado por mim. Era um dia que ficaria frente a frente aos assassinos de meu filho. Eu tinha muito motivo para ver esses caras. Eu queria encarar esses dois covardes”.
“Quando eu falo encarar, é um sentimento de pai. Oito meses sem respostas. Eles deveriam estar presos e sofrer um processo rápido de expulsão. Mas esses caras são protegidos. Eu, como pai, como homem, queria estar frente a frente com eles”.
A Polícia Civil e o Ministério Público pediram a prisão dos agentes por homicídio doloso (quando há intenção de matar). A juíza Luciana Menezes Scorza, aceitou a denúncia, mas negou a prisão. Desembargadores do Tribunal de Justiça mantiveram a dupla em liberdade. Segundo o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), eles atualmente cumprem serviço administrativo em um batalhão.