SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O apresentador Fausto Silva, 75, o Faustão, foi internado na terça-feira (5) no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo hospital e pela assessoria do apresentador.

Faustão passou por transplantes de coração e de rim entre 2023 e 2024. Em janeiro deste ano, foi internado, mas liberado dias depois.

O apresentador enfrenta um histórico recente de complicações de saúde. Em 2021, pouco antes de deixar a Globo, Faustão passou por uma internação no Einstein. Na época, ele teve problemas de saúde relacionados a uma infeção urinária e ficou uma semana no local.

Desde 2020, ele lida com uma insuficiência cardíaca, que se intensificou em 2023. Em 5 de agosto daquele ano, o quadro se agravou e o apresentador voltou a ser internado no Einstein. O processo envolveu diálise e medicamentos para ajudar a forçar o bombeamento de sangue para o coração.

Ele chegou a gravar um vídeo na UTI do hospital para desmentir o boato de que tivesse morrido. Faustão pediu que seus fãs rezassem por sua saúde e afirmou que os médicos ainda não sabiam que tipo de cirurgia ele iria se submeter.

“Estou ainda nesse tratamento, eles vão decidir que tipo de cirurgia pode fazer. Eu peço que quem goste de mim, reze por mim. Agora, eu tenho muita noção. Uma família maravilhosa, uma mulher extraordinária. E tudo isso quem decide é o chefe lá em cima”, disse na época.

Mas diante do agravamento do caso, um boletim médico divulgado em 20 de agosto de 2023 indicou a necessidade de um transplante.

Fausto Silva foi então incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que levou em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso.

A cirurgia ocorreu em 27 de agosto. Três dias após o procedimento, um novo boletim médico informou que Faustão já estava se comunicando normalmente e evoluindo em seu quadro clínico. Mas 10 dias após a alta da cirurgia, ele fez nova internação devido a complicações pós-operatórias.

Seis meses depois, em fevereiro de 2024, foi submetido a um transplante de rim, em decorrência do agravamento de uma condição renal crônica.

Danos nos rins são comuns após transplantes de coração, como no caso de Faustão. Isso ocorre por uma série de fatores enfrentados no pós-operatório de pessoas transplantadas.

O primeiro deles se dá em razão do uso de imunossupressores, medicação usada para evitar a rejeição do implante, mas que deixa os indivíduos mais sujeitos a infecções oportunistas e até ao surgimento de algum tumor.

Além disso, em casos de insuficiência cardíaca, como o de apresentador, o coração pode ser incapaz de bombear o sangue em quantidade adequada, prejudicando a distribuição no organismo e afetando outros tecidos, especialmente a parte renal.

Duas semanas após o transplante de rins, Faustão precisou realizar uma embolização para lidar com questões linfáticas. O procedimento envolve bloquear ou reduzir o fluxo sanguíneo para uma área específica do corpo.

Especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmaram que casos como o de Faustão, que recebeu um novo coração e novos rins, tendem a impor mais desafios pela própria complexidade de passar por duas grandes cirurgias.

A sobrevida após ser transplantado, entretanto, depende das doenças pré-existentes no paciente, do bom funcionamento dos transplantes recebidos e de um pós-cirúrgico rigoroso.