SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governo dos EUA suspendeu um repasse de US$ 584 milhões (cerca de R$ 3,2 bilhões) para a UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles.

Universidade informou que recursos eram usados para financiar bolsas estudos. O reitor da instituição, Julio Frenk, disse, em nota divulgada nesta quarta-feira (06), que as áreas mais afetadas são ciência, saúde e energia.

Corte “é uma perda para as pessoas em todo o país que dependem dos avanços e inovações” resultantes pelas pesquisas da instituição, afirmou o reitor. “Se esses fundos permanecerem suspensos, a situação será devastadora para a UCLA e para os norte-americanos”, completou.

O Departamento de Educação dos EUA ainda não comentou a decisão.

CONGELAMENTO DE INVESTIMENTOS É RESPOSTA A PROTESTOS PRÓ-PALESTINA

UCLA é acusada de violar lei federal de direitos civis. A justificativa apresentada pelo governo do presidente Donald Trump para cortar o financiamento foi a mesma que deu a outras instituições de ensino: antissemitismo e violações de direitos civis ao permitir protestos contra a guerra promovida por Israel em Gaza.

Apesar de não ser a primeira universidade a ter corte de subsídio, a UCLA foi a primeira instituição pública a ser penalizada. Columbia e Harvard tiveram financiamentos suspensos pelo mesmo motivo.

ACORDOS TÊM RESOLVIDO A QUESTÃO

Tanto Columbia quanto Harvard fizeram acordos com o governo para encerrar ações judiciais. A Universidade de Columbia foi a primeira: concordou em pagar US$ 221 milhões (R$ 1,2 bilhão) para ter seus subsídios garantidos.

Negociação com Harvard seguiu na mesma linha, mas ficou bem mais cara. A universidade terá que desembolsar R$ 2,8 bilhões (US$ 500 milhões) para encerrar a disputa.

Presidente da Universidade da Califórnia concordou em negociar. James Milliken disse nesta quarta-feira (06) que “esses cortes não fazem nada para combater o antissemitismo” e se comprometeu a encampar medidas para combater discriminações contra judeus e israelenses.