Da redação

Em meio a um acirramento das tensões entre o Legislativo e o Judiciário, os três senadores goianos — Pedro Chaves (MDB), Jorge Kajuru (PSB) e Wilder Morais (PL) — assinaram nesta quarta-feira (6) o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento, que já conta com 40 assinaturas, precisa de apenas mais um apoio para ser oficialmente protocolado no Senado, onde são necessários 41 senadores (metade da Casa) para que a solicitação possa ser considerada e, eventualmente, tramitada.

A mobilização é liderada por parlamentares da oposição e do centrão e ocorre em um momento em que o ambiente político está marcado por protestos contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo aliados do ex-presidente, o ministro Alexandre de Moraes teria extrapolado suas atribuições ao conduzir as investigações que resultaram na medida cautelar contra Bolsonaro e outros nomes ligados à antiga cúpula do Executivo.

O pedido de impeachment menciona supostos abusos de autoridade cometidos por Moraes no âmbito da Ação Penal que apura tentativa de golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente e mais sete ex-integrantes do governo. A acusação parte da premissa de que as decisões do ministro ferem garantias constitucionais e ignoram o devido processo legal.

Embora a tramitação de um impeachment de ministro do STF seja um processo politicamente delicado e com histórico de baixa adesão, a adesão de senadores goianos à proposta mostra que a insatisfação com os rumos do Judiciário alcançou força significativa em setores do Congresso.

A iniciativa ainda precisa ser acolhida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem adotado postura cautelosa diante de temas que envolvem confrontos diretos entre os poderes. Até o momento, ele não se manifestou sobre o andamento do pedido.