Da redação
Depois de dois dias de protestos intensos e tentativas de obstrução por parte da oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, conseguiu retomar o comando da Casa na noite desta quarta-feira (6), em uma sessão marcada por tensão e simbolismos. Bolsonaristas tentaram impedir o início dos trabalhos, mas Motta abriu a sessão e fez um discurso direto, pedindo foco nas prioridades do país: “O Brasil precisa estar acima de projetos pessoais”, declarou.
Desde que foi determinada a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, grupos da oposição adotaram ações inusitadas para pressionar o Congresso. Entre os episódios, deputados ocuparam a Mesa Diretora, colaram esparadrapos nos olhos e na boca em sinal de protesto e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou sua filha de quatro meses ao plenário, permanecendo com a bebê na cadeira da presidência ao longo do dia. No Senado, alguns parlamentares chegaram a se acorrentar à mesa da presidência.
Com o registro de 298 deputados presentes, Motta abriu a sessão com a tradicional declaração de abertura e, em seguida, pediu diversas vezes para que os opositores desocupassem o espaço da Mesa, a fim de restabelecer a ordem. O clima, no entanto, continuou tenso.
“Quero contar com a colaboração de todos para que tenhamos respeito. Não será pela agressão que vamos resolver nossos problemas”, afirmou o presidente, em tom firme, mas conciliador. Ele enfatizou que era preciso garantir o funcionamento institucional da Casa, reforçando que a Mesa Diretora é espaço de diálogo e equilíbrio, não de enfrentamento político.
Motta também foi enfático ao dizer que sua presença ali tinha dois propósitos claros: “Preservar o respeito à Mesa Diretora, que é inegociável, e fortalecer o papel do Parlamento brasileiro”. Ele encerrou a sessão após seu pronunciamento, com a promessa de que os trabalhos legislativos seriam retomados com normalidade.