SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo do estado do Pará aposta em uma nova estratégia para tentar diminuir os preços exorbitantes de hospedagem para a COP30, conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas) marcada para novembro em Belém.

Em meio ao que se tornou uma crise internacional, a gestão paraense vem liberando vagas em hotéis, apartamentos e casas que só poderiam ser reservadas pela plataforma oficial de hospedagem do governo federal. A ideia é aumentar a oferta e abaixar os preços exagerados que vem sendo cobrados no mercado.

Ricardo Sefer, procurador-geral do estado do Pará, disse estar seguro de que as estratégias do governo estadual para solucionar o problema vão funcionar.

“Nós fizemos uma reunião com o setor hoteleiro, Ministério Público, Procon e agentes relacionados à matéria. Passamos a ofertar a plataforma de hospedagem e também liberar vagas de hotéis que o governo federal tinha pedido para bloquear para a plataforma federal”, disse o procurador durante leilão de concessão dos serviços de saneamento do Pará, realizado nesta terça (5), em São Paulo.

“A gente acha que com isso vai distensionar. Estamos fazendo um esforço concentrado em relação especificamente às hospedagens em apartamentos e aplicativos de locação para permitir que as hospedagens cheguem a preços aprazíveis.”

A infraestrutura de Belém vem sendo questionada desde que a cidade foi escolhida para sediar a COP30. Nas últimas semanas o preço da hospedagem tornou-se o epicentro de uma crise. Há registro de preços 1.000% mais altos que a média comum.

Como revelou a Folha de S.Paulo, países do mundo inteiro, ricos e em desenvolvimento, assinaram uma carta pressionando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a mudar ao menos parte da conferência para outra cidade.

O próprio presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, vem afirmando que os responsáveis pela atual crise são os preços praticados pelo setor hoteleiro.

A plataforma oficial de hospedagem da COP30 entrou em funcionamento na última sexta (1º), com 2.700 quartos disponíveis em apartamentos e casas de temporada. A ideia é que o serviço online centralize as reservas em um único local para facilitar o acesso dos participantes.

Segundo Seffer, existiam hospedagens que estavam bloqueadas por orientação do governo federal e que agora estão sendo paulatinamente desbloqueadas para permitir uma maior oferta.

“O que estamos fazendo é induzir uma maior oferta e com isso naturalmente o preço vai cair.”

Sefer destacou ainda que o Governo do Pará tem “plena segurança” na capacidade de Belém receber a COP. Segundo ele, a capital paraense recebe anualmente eventos com público volante maior do que a conferência —como o Círio de Nazaré.

“Tenho segurança de que, nos próximos dias, o mercado já vai sentir uma queda de preço. Não tenho nenhuma dúvida de que a gente tem a hospedagem suficiente e responsável”, afirmou.