SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, que tem a segunda maior operação de pousos e decolagens no país, inaugura nesta quarta-feira a ampliação da sala de embarque remoto, alvo de críticas de passageiros por causa da falta de estrutura.

É desta sala que as pessoas embarcam em ônibus que as levam até os aviões. No local, viajantes costuma ficar espremidos entre os portões por falta de espaço.

“É comum ouvir as pessoas questionando se iriam embarcar lá em cima [nas pontes que levam direto aos aviões] ou na ‘bat-caverna’, na rodoviária”, afirma Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto.

Com investimento de R$ 30 milhões, não previstos no contrato de concessão, segundo a Aena, empresa espanhola que administra o aeroporto, a sala de embarque mais que dobrou de tamanho, passando de 1.400 m² para 3.300 m².

Segundo Meira, a ampliação foi possível, entre outros, por causa do aproveitamento de áreas ociosas de Congonhas.

O projeto do entorno do local tem duas salas VIP (uma já aberta e a outra com previsão de inauguração ainda neste ano) e terá um centro comercial de 850 m².

“Não vai ter aumento no número de portões de embarque [remoto] ou no número de voos por ali. É simplesmente uma adequação de área e de espaço para trazer mais conforto ao usuário e permitir que ele tenha uma experiência melhor naquela área”, diz Meira.

O local passa a ter 11 estabelecimentos, entre serviços de alimentação, farmácia e livraria. Até então, eram apenas duas lanchonetes.

Há mais espaçamento entre os dez portões, e o total de assentos passará de 213 para 329. Atualmente, cerca de 15 mil pessoas embarcam remotamente em Congonhas por dia.

Apesar de praticamente toda nova, a estrutura ampliada é provisória. Ela acabará desativada no fim da reestruturação do aeroporto, prevista para 2028. A sala de embarque remoto definitiva será instalada no hangar tombado que pertenceu à Varig, usado por enquanto pela empresa aérea Gol, localizada ao lado da futura área de embarque por meio de pontes (“fingers”) de acesso direto aos aviões.

De acordo com Meira, a sala de embarque remoto atual deverá fazer parte da estrutura para desembarque, inclusive internacional, quando a reestruturação estiver pronta.

Ao custo de R$ 2,4 bilhões, a Aena, que assumiu a gestão de Congonhas em outubro de 2023, terá de reformular o aeroporto até junho de 2028.

A principal mudança será a construção de uma nova área de embarque, com 19 pontes de acesso direto aos aviões, contra as 12 de hoje. Entre outros motivos, a mudança ocorre para aumentar a distância entre as pistas de taxiamento e principal, que não atende as normas internacionais.

A reformulação está dividida em três etapas. A primeira inclui a demolição de estruturas, instalação de canteiros de obras, intervenções no pátio de aeronaves e melhorias nas pistas de taxiamento.

Na segunda, as companhias aéreas serão transferidas a hangares provisórios, dando início à construção do píer do novo terminal e às obras no hangar tombado.

Na terceira fase, ocorrerão as instalações das pontes de embarque no novo píer e o sistema de controle e processamento de bagagens. As etapas finais estão previstas para 2028.

Há várias frentes de trabalho em andamento na parte externa. Os hangares das empresas de aviação geral (executiva), que ficavam próximas à cabeceira 35 L, foram transferidos para perto da pista auxiliar.

As estruturas estão sendo demolidas, pois darão lugar a três hangares de aviação comercial a serem destinados às companhias Azul, Gol e Latam.

Os hangares atuais usados por essas empresas darão lugar ao novo terminal de embarque, pátio para estacionamento de aeronaves e pista de taxiamento.

Três hangares provisórios, montados a partir de lonas e contêineres, serão utilizados durante o período de obras. A atual área de check-in será desativada.

A meta da empresa é aumentar para 29 milhões o número anual de passageiros que embarcam ou desembarcam no local até o fim da concessão, em 2053 —no ano passado foram 23,1 milhões.

Com a reformulação nas pontes de embarque e com a ampliação da distância para a pista principal, Congonhas poderá receber aviões maiores, como o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10, ambos com capacidade para mais de 220 passageiros. É assim que a empresa planeja turbinar a quantidade de pessoas que usam o aeroporto.

Atualmente, Congonhas está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora. Não há previsão de ampliação do número.