SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A amizade intensa e um tanto caótica entre Will (Seth Rogen) e Sylvia (Rose Byrne) está de volta na segunda temporada de “Amor Platônico”, que estreia nesta quarta-feira (6) na Apple TV+. Depois de abordar as questões da amizade sincera e desinteressada entre homens e mulheres, a série mergulha ainda mais fundo nos desafios emocionais da vida adulta -entre separações, novos amores, crises existenciais e tentativas de amadurecer.
Com diálogos afiados e momentos sensíveis, a nova temporada mostra como Will e Sylvia tentam redefinir sua relação na meia-idade. Os dois continuam tão próximos quanto disfuncionais. À reportagem, Seth Rogen destaca que a série se diferencia justamente por retratar de forma cômica a relação de amizade entre pessoas de gêneros diferentes.
“É fácil se identificar com tudo o que eles estão vivendo. Casamentos acabando, pessoas desmoronando, parceiros entrando em crise… enquanto outros tentam se reinventar. Tudo isso parece muito verdadeiro, e isso torna tudo mais divertido de interpretar”, diz.
Para Rose Byrne, a nova temporada consegue reinventar a fórmula da amizade da dupla sem perder o ritmo. “Eu não sabia como seria o humor dessa vez, mas foi ainda mais engraçado do que esperava. Ver a Sylvia tentando agir como uma adulta funcional e falhando é hilário”, brinca a atriz.
O marido de Sylvia, Charlie (Luke Macfarlane), também ganha mais espaço. O personagem, antes estável e certinho, entra em colapso e tenta se redescobrir. “Foi revigorante ver essa nova fase. E o mais legal é que, no fim, ele se reconecta com o papel mais importante da vida dele”, conta o ator.
Macfarlane também reflete sobre o ciúmes e a confiança na amizade entre sua esposa na série e Will. “É difícil. Acho que todo casal lida com isso: o parceiro tem uma vida além de você. Mas amigos são essenciais. Eu, pessoalmente, acredito muito que mulheres podem ter amigos homens -e vice-versa. Isso torna o mundo mais interessante.”
Quem também vê essa dinâmica como um dos diferenciais da série são os criadores Nicholas Stoller e Francesca Delbanco. “A maioria das séries gira em torno de romance ou assassinato. A nossa não tem nenhum dos dois”, brinca Stoller. “Normalmente, haveria o ‘será que eles vão ficar juntos?’, mas isso nunca foi a proposta. A gente quis mergulhar nas nuances da amizade e mostrar os dilemas da meia-idade. E o objetivo sempre foi provocar gargalhadas de verdade.”
Francesca completa: “Tentamos criar situações que pareçam saídas da vida real, mas com momentos de comédia. Muitas vezes, a emoção e o riso acontecem na mesma cena.”
Rogen, inclusive, compartilha que algumas situações da série pareceram incrivelmente reais para ele. “Já tive muitas pessoas morando na minha casa de hóspedes. Interpretar um cara que mora na casa de outra pessoa foi muito fácil de se conectar.”
A primeira temporada teve uma recepção calorosa do público, algo que os criadores não sabiam se aconteceria. “As chances de dar certo são sempre pequenas, então foi maravilhoso ver como as pessoas gostaram”, diz Rogen. “Foi adorável”, completa Byrne.
A nova temporada traz participações especiais, como a comediante Aidy Bryant (ex-Saturday Night Live), e revela novos hobbies excêntricos. “Tem muita coisa divertida. E, sinceramente, eu queria muito que explorassem mais o passado da Sylvia e do Charlie. Como esses dois se conheceram? Tem muita história aí”, diz Macfarlane.