Walison Veríssimo

Em agenda em São Paulo nesta terça-feira (5), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que o partido decidiu adotar “obstrução total” às pautas em tramitação na Câmara e no Senado. A medida, segundo ele, é uma reação conjunta à crise provocada pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à postura do governo brasileiro diante do impasse.

Caiado também aproveitou para criticar o despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Essa é uma decisão tomada nessa madrugada de hoje, depois de várias conversas com colegas, também com o presidente do partido, Rueda, e nós decidimos que, a partir de hoje, o União Brasil entra em obstrução total na pauta tanto da Câmara quanto do Senado”, declarou.

A reunião que selou o movimento contou com a participação do presidente nacional da legenda, Antônio Rueda. “Não podemos mais aceitar o que vem acontecendo sem que venha para a mesa política ser discutido. Estou falando aqui em nome do União Brasil: entraremos em obstrução nas votações no Congresso Nacional”, reforçou Caiado.

A postura mais dura do UB ocorre poucos dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocar os ministros indicados pelo partido e reclamar de críticas públicas feitas por Rueda. Nos bastidores, já se especula que a legenda pode entregar os cargos que ocupa no governo federal e migrar formalmente para a oposição.

Atualmente, o União Brasil comanda três ministérios: Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes), Turismo (Celso Sabino) e Comunicações (Frederico Siqueira Filho). Pré-candidato à Presidência da República, Caiado tem defendido que o partido adote uma postura de enfrentamento aberto ao Palácio do Planalto.