RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Réu ao lado do rapper Oruam sob acusação de dupla tentativa de homicídio, Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira está foragido desde que a sua prisão preventiva (sem prazo) foi decretada, na quarta (30). A defesa afirma que a prisão é ilegal e que ele não irá se entregar.

A advogada Flávia Fróes disse que Vieira estava rendido quando as pedras começaram a ser lançadas contra o delegado Moyses Santana e um oficial de cartório, no último dia 21, e que seu cliente “não pode ser herdeiro da pena do pai”.

Vieira é filho de William Rodrigues Vieira, conhecido como Robocop, preso em 2009 sob suspeita de liderar o tráfico do Borel, na zona norte do Rio. Robocop teria assumido na época o lugar do tio, o Isaías do Borel, que, por sua vez, chegou a ser chamado de presidente do Comando Vermelho nos anos 1990 devido a sua influência. Segundo a polícia, Robocop saiu do crime e está trabalhando.

O caso pelo qual Vieira é réu ocorreu na noite do dia 21 de julho, ocasião em que os agentes foram até a casa de Oruam, no Joá, zona oeste do Rio, para apreender um adolescente procurado por roubos a veículos.

Quando o procurado saiu da casa ao lado de amigos, por volta das 23h30, foi rendido. Os jovens passaram a ser revistados em um muro —a defesa diz que Vieira era um deles. Nas imagens, ele aparece de bermuda branca e cabelo vermelho (vídeo no alto).

Nesse momento, a polícia afirma que Oruam e outros amigos que estavam no interior da casa passaram a atirar pedras da sacada da residência, de uma altura de 4,5 metros. Uma das pedras tinha 4,8 quilos, o que poderia matar caso atingisse os agentes, de acordo com a perícia usada para embasar a acusação. O jovem procurado conseguiu fugir com a ação.

As imagens de uma câmera de segurança mostram um homem com cabelo vermelho, que seria Vieira, sendo revistado no muro. Quando as pedras passam a ser jogadas, no entanto, ele corre. Não é possível ver se ele se uniu ao grupo no ataque. A advogada afirma que as pedras foram lançadas do piso superior da casa, onde Vieira não estava.

Já os policiais disseram, em depoimento, que viram Vieira atirando as pedras. “A versão da polícia é uma farsa. Vou processar ambos [delegado Moyses e o oficial de cartório] pela declaração falsa”, disse.

Flávia diz que impetrou uma ação pedindo a liberdade de Vieira, alegando ilegalidade da ordem de prisão.

Oruam está preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Ele é suspeito de sete crimes (dano, desacato, associação ao tráfico de drogas, tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça, lesão corporal), além de já ter virado réu sob acusação de tentativa de homicídio. Sua defesa nega as acusações.