SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As ações da empresa americana American Eagle subiram 24% na segunda-feira (4), após o presidente Donald Trump elogiar a nova e controversa campanha publicitária da marca estrelada pela atriz Sydney Sweeney.
A peça publicitária, lançada na semana passada, virou alvo de polêmica após críticos apontarem machismo, racismo e valores eugenistas. A propaganda traz imagens sensuais da artista e sugere que Sweeney tem “bons jeans”, um trocadilho para “bons genes” no inglês, a pronúncia das palavras é similar.
A atriz de 27 anos, conhecida pelos seus papéis na série “Euphoria” e no filme “Todos Menos Você”, tem olhos azuis e cabelo loiro. As imagens do vídeo, que dão destaque para os traços físicos de Sweeney, geraram críticas nas redes sociais. Alguns usuários acusaram a publicidade de flertar com mensagens eugenistas e discursos nacionalistas brancos. Posteriormente, o vídeo foi excluído.
Apesar disso, o burburinho em torno da campanha fez com que as ações da American Eagle, que já haviam tido um salto no mês passado com o anúncio da campanha, ganhassem tração novamente após o apoio de Trump. O valor de uma ação chegou a US$ 13,28 (cerca de R$ 73) na segunda, segundo o Los Angeles Times, atingindo uma alta de 24%.
O momento positivo ocorre em meio a uma fase difícil para a American Eagle que, segundo a emissora CNBC, vinha enfrentando queda nas vendas e desafios operacionais.
Após a campanha viralizar, a imprensa americana revelou que Sydney é filiada ao Partido Republicano desde junho do ano passado. Nos EUA, é comum que eleitores mais fervorosos filiem seus nomes de forma oficial aos partidos.
Ao ser questionado na segunda pela imprensa, o presidente celebrou a informação. “Agora eu adoro o comercial dela”, afirmou Trump, acrescentando que os jornalistas ficariam surpresos “com quantas pessoas são republicanas”. “Se Sydney Sweeney é uma republicana registrada, acho o comercial dela fantástico.”
Mais tarde na segunda (4), Trump foi às redes sociais reforçar que Sweeney tinha o “comercial mais quente” do momento. “A maré virou de verdade ser woke é para perdedores, ser republicano é o que você quer ser. Obrigado pela sua atenção a este assunto”, escreveu ele na sua rede Truth Social.
Woke é o termo usado por conservadores de forma pejorativa para se referir a pautas de diversidade.
Outros nomes do Partido Republicano também saíram em defesa da atriz e da marca, incluindo o vice-presidente J. D. Vance e o senador Ted Cruz.
Sweeney, que foi duramente criticada na internet, não se pronunciou sobre a repercussão até o momento. A American Eagle divulgou um comunicado dizendo que a campanha “sempre foi sobre os jeans” e que “jeans incríveis ficam bem em todo mundo”.
Sweeney é mais uma celebridade americana que teve seu nome envolvido na política. No ano passado, o Partido Democrata tentou explorar o apoio de Taylor Swift à então candidata Kamala Harris, que perdeu a eleição para Trump.
A sigla chegou a vender no site da campanha uma espécie de “pulseira da amizade” inspirada nas usadas pelos fãs da cantora. Os acessórios foram disponibilizados depois de Swift divulgar seu endosso.
A artista, que também apoiou o ex-presidente Joe Biden na campanha de 2020, incentivou jovens a se registrarem para as eleições, já que nos EUA o voto não é obrigatório.