SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Prestes a completar cem anos, a equipe de basquete-espetáculo Harlem Globetrotters fará sua maior turnê no Brasil. O grupo ficará no país por 34 dias, a partir de 23 de setembro, para uma série de apresentações que não se limitarão às capitais.
Passará, por exemplo, das catarinenses Criciúma, São José e Joinville e das gaúchas Santa Cruz do Sul e Caxias do Sul.
“Escolhemos algumas cidades menores para levar a oportunidade de um projeto internacional a quem não tem acesso a esse tipo de projeto toda hora”, diz Victoria Echer, do MP Group, que produz a turnê brasileira.
“A gente abre a turnê em Fortaleza, para uma capacidade no estádio de 15 mil pessoas, e passamos por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, diz ela.
O grupo passará também por Belém, no Pará, em 27 de setembro, em uma das 15 datas já anunciadas. Há mais por vir, com ingressos a partir de R$ 195 (mais 1 kg de alimento), no caso de São Paulo, pelo site Bilheteria Digital.
O Harlem Globetrotters esteve no Brasil pelo menos 20 vezes desde sua estreia, em 1951. Depois da primeira visita, passou pelo país em 1952, 1954, 1956, 1957, 1958, 1962, 1967, 1970, 1971, 1976, 1980, 1982, 1987, 1995, 1997, 2008, 2009, 2010 e 2017.
“Sei que tenho alguns companheiros de equipe que estiveram no Brasil”, diz Corey Shaw, jogador que viajará ao Brasil desta vez. Ele tenta descrever o que é uma apresentação da equipe.
“Eu começaria dizendo que todos nós somos atletas competitivos. Alguns de nós jogaram na NBA. Mas nós sabemos que, dentro desse jogo, vamos entreter famílias e pessoas que talvez nem gostem de basquete. Então, eu digo que é o melhor dos dois mundos, uma partida com um pouco de senso de humor.”
Shaw nega que a equipe adversária dos Globetrotters, atualmente chamada Washington Generals, esteja ali apenas para perder o jogo.
“Eles não precisam perder. Eles tentam ganhar, são supercompetitivos. São jogadores profissionais e que têm a chance de vir para o Harlem Globetrotters. Mas, sim, o Washington Generals é uma equipe da mesma empresa.”
Uma das jogadas preferidas de Shaw é a cesta de quatro pontos. “Temos um arco desenhado no chão de quatro pontos, que fica a 30 pés [9,1 m] de distância da cesta. Acredito que sejam cinco pés [1,5 m] mais longe que o arremesso de três pontos da NBA”, explica.
“E temos caras que arremessam os quatro pontos tão bem quanto atletas da NBA arremessam três pontos. Vi um dos meus companheiros acertar 22 seguidos. É incrível de ver, e você não pode falsificar isso. Não é algo que os Generals podem nos ajudar a fazer.”
Os Globetrotters foram criados em Chicago, nos Estados Unidos, em 1926, e se apresentaram em cerca de 124 países nesses 99 anos. A viagem mais importante aconteceu quando eles foram convidados para nove jogos em Moscou e conheceram o premiê Nikita Kruschev, em 1959, em uma época em que a União Soviética e os Estados Unidos praticavam a Guerra Fria.
Outro feito impressionante ocorreu quando o estúdio Hanna-Barbera transformou os jogadores em desenho animado em duas séries, em 1970 e em 1979, sendo que nessa última os jogadores tinham poderes de super-heróis.
“É louco porque tive a sorte de ter meu globetrotter favorito de todos os tempos como treinador. Seu nome é Sweet Lou Dunbar. Ele era o Gizmo no desenho. Ele estava nesses desenhos, e há pessoas agora que o reconhecem na vida real por ele ter estado lá!”, espanta-se Shaw.
“Há tantos jogadores famosos, como Magic Johnson, que disseram ter começado a jogar basquete por causa do Harlem Globetrotters. Não importa o que alguém esteja passando, sempre somos capazes de trazer alegria. Sinto que é minha culpa se há alguém no ambiente que não está se divertindo, então acho que nasci globetrotter. Sinto que, se continuarmos fazendo isso, poderemos chegar a 200 anos.”