Da Redação

O mês de julho foi marcado por um aumento expressivo nos índices de acidentes e mortes nas rodovias federais que cortam Goiás. Segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado na última quinta-feira (31), o número de mortes cresceu 30% em comparação ao mesmo período do ano passado: foram 21 vítimas fatais em 2025, contra 16 em julho de 2024. Também subiu o total de acidentes, que passou de 204 para 210 ocorrências, com 225 pessoas feridas neste ano.

A rodovia mais crítica foi a BR-153, responsável por 10 das 21 mortes registradas. Também ocorreram óbitos nas BRs 050 e 354 (com três cada), 070 (duas mortes) e nas BRs 060, 158 e 414, com uma morte cada.

Acidente com estudantes eleva estatísticas

Entre os episódios mais trágicos, destaca-se o acidente na BR-153, em Porangatu, na madrugada de 16 de julho. A colisão envolveu um caminhão, um ônibus escolar e um micro-ônibus. Cinco pessoas morreram. Os veículos transportavam estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) rumo a Goiânia, onde participariam do Congresso da UNE. O impacto desse acidente refletiu diretamente no aumento do número de óbitos neste mês.

Feriados e fins de semana com saldo negativo

Durante o segundo fim de semana das férias escolares, nos dias 5 e 6 de julho, a PRF registrou 38 acidentes, com 25 feridos e duas mortes. Nessa operação, foram flagradas 1.246 infrações, com 2.829 veículos abordados e 2.700 pessoas fiscalizadas.

Outro acidente grave ocorreu no dia 4 de julho, na BR-364, entre Mineiros e Jataí, onde um caminhoneiro de 50 anos morreu ao cair com o veículo no Rio Claro. Já em Catalão, no dia 6, uma carreta colidiu com um carro parado no acostamento da BR-050, arremessando uma das vítimas a mais de 20 metros — ela não resistiu.

Nos dias 12 e 13 de julho, foram registrados 18 acidentes, com 20 feridos e nenhuma morte. Já no fim de semana de 7 e 8 de junho, ainda no período de férias, ocorreram outras duas mortes em um total de 18 acidentes. Um deles aconteceu na BR-153, em Itapaci, e envolveu uma motocicleta e um caminhão; os dois ocupantes da moto morreram após uma ultrapassagem mal calculada.

Fiscalização reforçada e números expressivos

Como parte da Operação Férias, a PRF intensificou a presença nas estradas e realizou ações direcionadas, especialmente em trechos de alto risco. Só na BR-153, foco de atenção da corporação, foram aplicadas 1.698 autuações por ultrapassagem indevida. Além disso, 8.800 imagens foram registradas por radares, 150 motoristas foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool e 517 infrações por uso incorreto do cinto de segurança foram lavradas.

Educação e tecnologia como aliadas na prevenção

Para além da fiscalização, a PRF vem apostando em estratégias preventivas. O trabalho de conscientização em escolas, empresas e comunidades tem como foco as principais causas de acidentes: ultrapassagens proibidas, excesso de velocidade, consumo de álcool e desrespeito à sinalização.

No campo tecnológico, a PRF vem ampliando o uso de radares inteligentes, videomonitoramento e sistemas de análise de dados em tempo real, que ajudam a identificar condutas de risco e orientar ações futuras. O objetivo não é apenas punir, mas antecipar situações perigosas e educar motoristas.

Além disso, a modernização da frota e o treinamento contínuo dos agentes permitem que a corporação atue com mais agilidade e eficiência em situações de emergência. A união entre educação, tecnologia e fiscalização é considerada essencial para frear o crescimento dos acidentes.

Consciência no volante ainda é o maior desafio

Apesar dos investimentos em estrutura e tecnologia, a PRF reforça que a mudança mais importante parte do condutor. A imprudência — especialmente em rodovias de pista simples — ainda lidera as causas dos acidentes mais graves. O órgão lembra que dirigir com responsabilidade é um compromisso individual que salva vidas e que cada escolha ao volante pode representar a diferença entre a segurança e a tragédia.