SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político, é um absurdo e que “ninguém consegue provar” as acusações que pesam contra o ex-presidente.

“A prisão de Jair Bolsonaro é um absurdo. A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”, publicou o governador de São Paulo nas redes sociais nesta segunda-feira (4).

Embora não tenha citado o STF (Supremo Tribunal Federal) ou o ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro nesta segunda, Tarcísio criticou a decisão e indicou que ela seria antidemocrática.

“Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais? Já passou da hora das instituições tomarem iniciativas para desescalar a crise, acabarem com uma disputa que resulta em soma zero, que mostra incapacidade de resolver e mediar conflitos, que não gera outro efeito senão a perda de confiança”, escreveu.

“Hoje, cada um dos brasileiros de bem que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam, não vão calar o movimento. Força, presidente. Estamos com você”, acrescentou.

Moraes justificou a determinação desta segunda alegando o descumprimento de medidas cautelares impostas em 18 de julho, quando o ex-presidente foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais.

No domingo (3), durante atos por anistia a réus da trama golpista, Bolsonaro esteve presente por meio de vídeos exibidos por apoiadores ou por ligações em vídeo. A proibição se aplicava também ao uso das redes por intermédio de outras pessoas.

Cotado como presidenciável para as eleições de 2026, embora negue publicamente o desejo de sair candidato em qualquer cenário que não a reeleição em São Paulo, Tarcísio é visto por aliados de centro-direita como herdeiro político de Bolsonaro, que está inelegível.

No entanto, o governador foi criticado por aliados do ex-presidente por ter se ausentado do ato na avenida Paulista neste domingo. No mesmo horário em que ocorreu a manifestação, o governador realizou um procedimento médico para tratar um nódulo na tireoide. Ele levou alta no mesmo dia.