SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em pelo menos duas ocasiões, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o instituto da prisão domiciliar, afirmando ser uma pena leve demais.
Em postagem de março de 2018, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou: “Dá para levar a sério um país onde existe prisão domiciliar?”.
“O condenado é carcereiro dele mesmo!!! Se não conseguem nem monitorar as tornozeleiras eletrônicas quem dirá cada preso em seu domicílio. A lei de execuções penais e CPP [Código de Processo Penal] precisam ser revisados urgentemente!!!”, escreveu o filho do ex-presidente no então Twitter, hoje X.
Antes, em 2017, disse que a prisão domiciliar beneficia “ladrão amigo do rei” que seria deslocado das prisões para “mansão”.
“Ladrão de galinha ir para a cadeia e ladrão amigo do rei para prisão domiciliar (leia-se mansão) é sinônimo de impunidade. Infelizmente juízes se utilizam de brechas nas leis para favorecer alguns. É preciso revogar o instituto da prisão domiciliar”, postou no Twitter.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Bolsonaro, presidente do Brasil entre 2019 e 2022 e réu em processo sobre uma trama golpista no final de seu governo.
No domingo (3), durante atos por anistia a réus da trama golpista, Bolsonaro apareceu em vídeos exibidos por apoiadores. O ex-presidente estava proibido de usar redes sociais, mesmo que intermédio de outras pessoas.
Moraes proibiu visitas na prisão domiciliar, a não ser de advogados e de pessoas autorizadas nos autos, e vetou o uso de celulares pelo ex-presidente, diretamente ou por meio de outras pessoas. O ministro do STF afirmou ainda que o descumprimento da prisão domiciliar resultará na decretação de prisão preventiva.
O ex-presidente estava proibido de acessar redes sociais e de falar com Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos e cuja atuação para o governo Trump levantar sanções contra o Brasil é investigada pela Polícia Federal.
Em nota após a decretação da prisão domiciliar, Eduardo chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de “psicopata descontrolado” e disse que a determinação não o surpreendeu.
Nas redes sociais, o filho do ex-presidente também fez um post em inglês no qual afirma que o pai foi preso sem julgamento e que a ordem tem o objetivo de “silenciar o líder da oposição”.
“Meu pai, Jair Bolsonaro, foi preso hoje por apoiar, de sua própria casa, o povo brasileiro que saiu às ruas para se manifestar contra os abusos do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. E porque eu e meus irmãos postamos fotos dele”, afirmou.